O processo de implantação das unidades de pronto atendimento no Brasil

Autores

  • Gisele O’Dwyer Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública. Departamento de Administração e Planejamento em Saúde
  • Mariana Teixeira Konder Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Faculdade de Ciências Médicas. Departamento de Clínica Médica
  • Luciano Pereira Reciputti Fundação Oswaldo Cruz. Iniciação Científica. Escola Nacional de Saúde Pública. Departamento de Administração e Planejamento em Saúde
  • Mônica Guimarães Macau Lopes Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas
  • Danielle Fernandes Agostinho Fundação Oswaldo Cruz. Iniciação Científica. Escola Nacional de Saúde Pública. Departamento de Administração e Planejamento em Saúde
  • Gabriel Farias Alves Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro Iniciação Científica. Escola Nacional de Saúde Pública. Departamento de Administração e Planejamento em Saúde

DOI:

https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051000072

Palavras-chave:

Serviços Médicos de Emergência, recursos humanos. Gestor de Saúde. Administração de Serviços de Saúde. Gestão de Recursos. Gestão em Saúde. Política de Saúde.

Resumo

OBJETIVO: Analisar o processo de implantação das unidades de pronto atendimento no Brasil. MÉTODOS: Realizou-se análise documental, entrevistas com 24 coordenadores estaduais de urgência e um painel de especialistas. Analisaram-se questões relativas a: antecedentes e trajetória da política; atores envolvidos na implantação; processo de expansão; avanços, limites e dificuldades de implantação; e capacidade de coordenação estadual. Utilizou-se o referencial teórico da análise da conduta estratégica da teoria da estruturação de Giddens. RESULTADOS: As unidades de pronto atendimento foram implantadas a partir de 2007, inicialmente na região Sudeste, e em 2016 existiam 446 unidades de pronto atendimento considerando todas as regiões. Atualmente, há 620 unidades de pronto atendimento em construção, indicando expectativa de expansão. O financiamento federal foi um forte indutor da implantação. Os estados planejaram suas unidades de pronto atendimento, mas a existência de negociação direta entre os municípios e a União contribuiu com o significativo número de unidades de pronto atendimento construídas que não funcionam. Em relação à rede de urgência, há tensão com o hospital pela insuficiência de leitos no país, gerando internação na unidade de pronto atendimento. A gestão das unidades de pronto atendimento é predominantemente municipal, com a maioria das unidades de pronto atendimento localizadas fora das capitais e classificadas como Porte III. Os principais desafios identificados foram: o sub-financiamento e a dificuldade de contratar médicos. CONCLUSÕES: A unidade de pronto atendimento tem o mérito de ter recursos tecnológicos e ser arquitetonicamente diferenciada, mas só será bem-sucedida dentro de uma rede de urgência. A indução federal gerou respostas contraditórias, pois nem todos os estados consideram a unidade de pronto atendimento como prioritária. O fortalecimento da gestão estadual foi identificado como desafio para a implantação da rede de urgências.

Publicado

2017-12-04

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

O’Dwyer, G., Konder, M. T., Reciputti, L. P., Lopes, M. G. M., Agostinho, D. F., & Alves, G. F. (2017). O processo de implantação das unidades de pronto atendimento no Brasil. Revista De Saúde Pública, 51, 125. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051000072