Efetividade da terapia antirretroviral na era de medicamentos em dose fixa combinada

Autores

  • Juliana de Oliveira Costa Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Medicina
  • Maria das Graças Braga Ceccato Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Farmácia
  • Micheline Rosa Silveira Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Farmácia
  • Palmira de Fátima Bonolo Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Medicina
  • Edna Afonso Reis Universidade Federal de Minas Gerais. Instituto de Ciências Exatas
  • Francisco de Assis Acurcio Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Medicina

DOI:

https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000399

Palavras-chave:

Fármacos Anti-HIV, administração & dosage, Terapia Antirretroviral de Alta Atividade, Avaliação de Eficácia-Efetividade de Intervenções, Estudos de Coortes

Resumo

OBJETIVO : Avaliar a efetividade da terapia antirretroviral e fatores associados segundo o tipo de esquema utilizado: medicamento em dose fixa combinada ou múltiplos medicamentos e doses. MÉTODOS: Coorte prospectiva não concorrente de 440 pacientes que iniciaram terapia antirretroviral entre janeiro de 2014 e dezembro de 2015 em Belo Horizonte, MG. A efetividade foi definida como supressão viral (carga viral [CV] < 50 cópias/ml) e avaliada após seis e 12 meses de tratamento. Dados sociodemográficos, clínicos e comportamentais foram coletados de prontuário clínico e de sistemas de informação. A análise múltipla da efetividade global foi realizada por regressão logística. RESULTADOS: A maioria dos pacientes iniciou terapia antirretroviral com múltiplos medicamentos e doses (58%). Aos seis meses, a supressão viral global foi 74,6%, maior entre pacientes que utilizaram dose fixa combinada (80,6%; p = 0,04). Aos 12 meses, 83,2% dos pacientes atingiram supressão viral, sem diferença entre os grupos (p = 0,93). Fatores independentemente associados à supressão viral em seis e 12 meses variaram, e foram negativamente associados à efetividade: CV ≥ 100.000 cópias/ml, sintomas definidores de aids, maior intervalo de tempo entre diagnóstico e início da terapia antirretroviral, troca de antirretroviral e consumo de tabaco ou drogas ilícitas (p < 0,05). Fatores positivamente associados à supressão viral incluíram adesão à terapia antirretroviral e categoria de risco/exposição de homens que fazem sexo com homens (p < 0,05). Atingir supressão viral aos seis meses foi o principal preditor de efetividade em um ano (OR = 8,96; p < 0,01). CONCLUSÕES: A supressão viral foi elevada e superior para pacientes que utilizaram esquemas de dose fixa combinada aos seis meses. Fatores clínicos, comportamentais e relacionados à terapia antirretroviral influenciaram a supressão viral e evidenciam a necessidade de intervenções para aumentar o diagnóstico, o início precoce e a adesão dos pacientes à terapia antirretroviral, bem como reduzir o uso de drogas ilícitas e tabaco nesta população.

Publicado

2018-11-12

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Costa, J. de O., Ceccato, M. das G. B., Silveira, M. R., Bonolo, P. de F., Reis, E. A., & Acurcio, F. de A. (2018). Efetividade da terapia antirretroviral na era de medicamentos em dose fixa combinada. Revista De Saúde Pública, 52, 87. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000399