Hospitalizações entre adultos mais velhos

resultados do ELSI-Brasil

Autores

  • Alexandre Moreira de Melo-Silva Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
  • Juliana Vaz de Melo Mambrini Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
  • Paulo Roberto Borges de Souza Junior Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde
  • Fabíola Bof de Andrade Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
  • Maria Fernanda Lima-Costa Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva

DOI:

https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2018052000639

Palavras-chave:

Idoso, Hospitalização, Doença Crônica, Doenças cardiovasculares, epidemiologia.

Resumo

OBJETIVO: Examinar os fatores associados à ocorrência e à frequência de hospitalizações em amostra nacional representativa da população brasileira com 50 anos ou mais. MÉTODOS: Foram utilizados dados da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), conduzido em 2015–2016. Considerou-se fatores predisponentes, facilitadores e de necessidade para o uso de serviços de saúde. As análises foram baseadas no modelo de regressão Hurdle e em estimativas de riscos atribuíveis populacionais. RESULTADOS: Entre 9.389 participantes, 10,2% foram hospitalizados nos 12 meses precedentes. Após ajustes por potenciais variáveis de confusão, associações estatisticamente significantes (p < 0,05) foram observadas para fatores de necessidade (história de diagnóstico médico para doenças crônicas e limitação para realizar atividades básicas de vida diária) e para fatores facilitadores (residência em zona rural e nas regiões Norte e Centro-Oeste do país). A análise dos riscos atribuíveis populacionais (RAP) mostrou uma hierarquização dos fatores de necessidade para a ocorrência de hospitalizações, com maiores contribuições do acidente vascular cerebral (RAP = 10,7%) e da doença cardiovascular (RAP = 10,0%), seguidos do câncer (RAP = 8,9%), da limitação para realizar atividades básicas da vida diária (RAP = 6,8%), da depressão (RAP = 5,5%), do diabetes (RAP = 4,4%) e da hipertensão (RAP = 2,2%). CONCLUSÕES: Quatro entre as principais doenças associadas às hospitalizações (acidente vascular cerebral, doença cardiovascular, diabetes e hipertensão) fazem parte da lista brasileira de internações sensíveis à atenção primária. Esses resultados mostram que existe uma janela de oportunidades para a redução de hospitalizações desnecessárias entre adultos brasileiros mais velhos por meio de ações efetivas da atenção primária.

Publicado

2019-01-24

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Melo-Silva, A. M. de, Mambrini, J. V. de M., Souza Junior, P. R. B. de, Andrade, F. B. de, & Lima-Costa, M. F. (2019). Hospitalizações entre adultos mais velhos: resultados do ELSI-Brasil. Revista De Saúde Pública, 52(Suppl 2), 3s. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2018052000639