Mortalidade por gastrosquise no estado do Rio de Janeiro: uma série de 10 anos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2020054001757

Palavras-chave:

Gastrosquise, mortalidade, Mortalidade, tendências, Fatores de Risco, Sistemas de Informação em Saúde, Atenção Terciária à Saúde, Estudos Retrospectivos

Resumo

OBJETIVO: Analisar a mortalidade e fatores associados em uma série de nascimentos com gastrosquise no estado do Rio de Janeiro em 10 anos (2005 a 2014). MÉTODO: Estudo de coorte retrospectiva, no qual foram relacionadas as bases de dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos e do Sistema de Informação sobre Mortalidade por linkage probabilístico. A base de dados final foi construída em duas etapas, que consistiram em: preparo das duas bases de dados iniciais e estabelecimento de relações entre elas. RESULTADOS: Os recém-nascidos pré-termo e os com baixo peso ao nascer tiveram maior chance de óbito, com significância estatística (p = 0,03 e p = 0,006, respectivamente). Em relação ao local de nascimento, embora a frequência de óbito tenha sido maior nas maternidades do que em hospitais gerais (p = 0,04; OR = 0,5; IC95% 0,3–1,0), foi observado que uma unidade caracterizada como hospital geral apresentou uma frequência alta de nascimentos (61,2%) e, na análise comparativa da chance de óbito dessa unidade com as demais, encontrou-se uma chance de morrer 7,5 maior em hospitais gerais e 3,2 maior em maternidades, com significância estatística (p < 0,001). Além disso, nascer em unidades de terapia intensiva tipo II aumentou a chance de óbito em 3,9 vezes em comparação com as do tipo III (p < 0,001). CONCLUSÃO: Este estudo dá subsídios para a discussão de duas possíveis estratégias no tratamento de recém-nascidos com gastrosquise. A primeira seria a centralização do cuidado em unidades terciárias, possibilitando que o cuidado à malformação seja analisado de forma mais minuciosa e padronizada. A segunda, e talvez mais factível, seria a elaboração de diretrizes clínicas que padronizem o cuidado imediato aos bebês com gastrosquise nascidos fora de centros terciários, bem como a padronização do transporte deles até a chegada ao centro terciário.

Publicado

2020-07-13

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Barreiros, C. F. C., Gomes, M. A. de S. M., & Gomes Júnior, S. C. dos S. (2020). Mortalidade por gastrosquise no estado do Rio de Janeiro: uma série de 10 anos. Revista De Saúde Pública, 54, 63. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2020054001757