Tendência da mortalidade e anos potenciais de vida perdidos por suicídio de adolescentes
DOI:
https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2024058005564Palavras-chave:
Mortalidade, Suicídio, Adolescente, Estudos de Séries Temporais, Anos Potenciais de Vida PerdidosResumo
OBJETIVO: Avaliar a tendência das taxas de mortalidade e os anos potenciais de vida perdidos (APVP) por suicídio entre adolescentes do Nordeste brasileiro.
MÉTODOS: Estudo ecológico de séries temporais, com dados secundários de 2011 a 2020 do Sistema de Informações sobre Mortalidade, de adolescentes entre 10 e 19 anos no Nordeste do Brasil. Foram incluídos os grupos de causas da 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças: X60-X84 (lesões autoprovocadas intencionalmente), Y10-Y19 (intoxicação de intenção indeterminada) e Y87 (sequela de lesões autoprovocadas intencionalmente). Calculou-se os coeficientes de mortalidade e a distribuição de frequências por variáveis sociodemográficas, local de ocorrência e método de suicídio adotado. Os APVP foram estimados por sexo e idade. Foi utilizada a análise de regressão por Joinpoint e determinada a variação percentual anual (APC) com intervalos de confiança de 95%.
RESULTADOS: Registrou-se 2.410 óbitos, com predomínio de adolescentes entre 15 e 19 anos, sexo masculino, raça/cor parda, baixa escolaridade e, como principal local de ocorrência, o domicílio. A tendência da taxa de óbitos foi crescente no Nordeste (APC: 3,6%; p = 0,001), em meninas de 10 a 14 anos (APC: 8,7%; p = 0,003), em meninos de 15 a 19 anos (APC: 4,6%; p = 0,002) e na Bahia (APC: 8,1%; p = 0,012). Enforcamento/estrangulamento foi o principal método adotado em ambos os sexos. Os APVP por suicídio foram de 11.110 anos em 2011 e de 14.960 em 2020.
CONCLUSÕES: Chama a atenção a precocidade do suicídio cometido pelas meninas e o aumento da mortalidade entre os adolescentes mais velhos, sendo necessária a adoção de medidas preventivas específicas para esses grupos, a fim de reduzir esta causa evitável de morte.
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