Importância clínica dos custos diretos hospitalares em pacientes com hipertensão arterial em tratamento num hospital universitário, Rio de Janeiro, Brasil

Autores

  • Nelson Albuquerque de Souza e Silva Universidade Federal do Rio de Janeiro; Faculdade de Medicina
  • Guilherme Ribeiro Aguiar Universidade Federal do Rio de Janeiro; Faculdade de Medicina
  • Armando da Rocha Nogueira Universidade Federal do Rio de Janeiro; Faculdade de Medicina
  • Marta Maria Turano Duarte Universidade Federal do Rio de Janeiro; Faculdade de Medicina
  • Regina Helena Fonseca Alves Universidade Federal do Rio de Janeiro; Faculdade de Medicina

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89101986000400005

Palavras-chave:

Hipertensão arterial^i1^secono, Hospitais, Custos e análise de custo

Resumo

No ano de 1978 foram registrados no Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (HU-UFRJ), 5.262 pacientes moradores da XX Região Administrativa do Rio de Janeiro, Brasil. Quinhentos e três destes prontuários (9,6%) com idade >;20 anos foram separados aleatoriamente e 483 destes possuiam registro de pressão arterial (PA) com 138 casos (28,6%) apresentando hipertensão arterial (HA) (PA >;140/90 mmHg). Nos 96 hipertensos inicialmente analisados procedeu-se estudos dos custos diretos hospitalares com a avaliação, acompanhamento e tratamento desta população. A PA diastólica inicial destes casos estava assim distribuída: entre 90 e 104 mmHg - 67 casos (69,8%); entre 105 e 114 mmHg - 17 casos (17,7%); maior ou igual a 115 mmHg - 12 casos (12,5%). O período médio de acompanhamento destes grupos foi de 653 dias e somente 1/3 estava com PA controlada ( < 140/90 mmHg) na última consulta. Em 1982, 68,7% já haviam abandonado tratamento no HU-UFRJ. O custo direto total anual por paciente hipertenso em dólares foi de $ 102.48 assim distribuídos: consultas ambulatoriais ligadas à HA - $ 33.44; atendimentos de emergência $ 2.33; internações $ 29.92; exames complementares $ 10.45; despesas com medicamentos anti-hipertensivos $ 26.34. As consultas e internações representam 64% dos custos e foram em grande parte determinadas pelas complicações da doença. Estas também ocasionam elevados índices de incapacidade temporária e permanente da população de hipertensos com graves repercussões e custos sociais. A análise dos fatores que contribuem para estes custos indicam a adoção das seguintes medidas para minimizá-los: a) Desenvolvimento de programas que visem melhor controle de HA e menor abandono de tratamento da população já detectada nas próprias unidades do Sistema de Saúde com conseqüente redução da morbidade da doença; b) Padronização da avaliação laboratorial e do tratamento com base em estudos de custo-eficácia; c) Hierarquização do sistema de saúde - o hipertenso deve ser tratado em unidades de saúde onde os custos indiretos hospitalares pouco influenciem os custos das consultas e das internações.

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Publicado

1986-08-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Silva, N. A. de S. e, Aguiar, G. R., Nogueira, A. da R., Duarte, M. M. T., & Alves, R. H. F. (1986). Importância clínica dos custos diretos hospitalares em pacientes com hipertensão arterial em tratamento num hospital universitário, Rio de Janeiro, Brasil . Revista De Saúde Pública, 20(4), 293-302. https://doi.org/10.1590/S0034-89101986000400005