Avaliação do sistema de informação sobre nascidos vivos e o uso de seus dados em epidemiologia e estatísticas de saúde

Autores

  • Maria Helena P. de Mello Jorge Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia
  • Sabina L. D. Gotlieb Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia
  • Maria Lúcia M. S. Soboll Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia
  • Márcia Furquim de Almeida Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia
  • Maria do Rosário D. O. Latorre Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89101993000700001

Palavras-chave:

Sistemas de informação, Natalidade, Avaliação, Saúde materno-infantil

Resumo

O Ministério da Saúde, considerando a existência de falhas do ponto de vista quantitativo (cobertura) no registro de nascidos vivos, no Brasil, e a impossibilidade de conhecer a distribuição dos nascidos vivos segundo algumas variáveis importantes sob a óptica clínico/epidemiológica (peso ao nascer, Índice de Apgar, duração da gestação, tipo de parto, paridade, idade e instrução da mãe), implantou em 1990, no Brasil, o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC- tendo como documento-base a Declaração de Nascido Vivo - DN - com a finalidade de suprir essas lacunas. Com o objetivo de avaliar a cobertura e a fidedignidade das informações geradas pelo SINASC, foi analisada a distribuição dos nascidos vivos hospitalares segundo características epidcmiológicas relativas ao produto de concepção, à gravidez, ao parto e à mãe. A população de estudo compreendeu 15.142 nascidos vivos hospitalares ocorridos em cinco municípios do Estado de São Paulo, Brasil, no período de janeiro a julho de 1992. Os resultados permitiram reconhecer excelente cobertura do SINASC (emissão de DN acima de 99,5%) e ótima fidedignidade do preenchimento das DNs, para a maioria das variáveis, quando comparadas aos documentos hospitalares. Para algumas características foi observada maior fragilidade (Índice de Apgar, duração da gestação, instrução da mãe, número total de filhos tidos e nome do pai). São apresentadas sugestões para o aperfeiçoamento do SINASC e recomendados treinamentos/reciclagens do pessoal envolvido no preenchimento das DNs. O estudo confirma o fato de os dados permitirem análise válida para o conhecimento de aspectos ligados à saúde materno-infantil. Do ponto de vista epidemiológico, o estudo permitiu detectar proporções elevadas de parto operatório (48,4%), mães adolescentes (17,5%) e o valor estimado para o baixo peso ao nascer foi de 8,5%.

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Publicado

1993-01-01

Edição

Seção

nd1002194089

Como Citar

Mello Jorge, M. H. P. de, Gotlieb, S. L. D., Soboll, M. L. M. S., Almeida, M. F. de, & Latorre, M. do R. D. O. (1993). Avaliação do sistema de informação sobre nascidos vivos e o uso de seus dados em epidemiologia e estatísticas de saúde . Revista De Saúde Pública, 27(supl.), 1-46. https://doi.org/10.1590/S0034-89101993000700001