Avaliação das práticas diferenciais de amamentação: a questão da etnia

Autores

  • Marina Ferreira Rea Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo / Centro Brasileiro de Análise e Planejamento; Instituto de Saúde da Coordenadoria dos Institutos de Pesquisa

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89101994000500010

Palavras-chave:

Aleitamento materno, Raças

Resumo

Descreve-se a situação da prática de amamentar em duas áreas metropolitanas brasileiras: São Paulo e Recife, Brasil, em estudos conduzidos em 1987. Em amostras representativas da população de crianças saudáveis de 0-8 meses atendidas pelo sistema de saúde, nota-se que é maior em São Paulo a proporção das mães que iniciam a amamentação e a prevalência de amamentados. A duração média do aleitamento materno total (AM) e quase exclusivo (AE) é respectivamente de 127,5 e 66,6 dias em São Paulo. Em Recife, 104,4 e 31,7 dias, respectivamente, para AM e AE. Estudaram-se também os dados de amamentação conforme a cor da pele da mãe, concluindo que se amamenta mais em São Paulo do que em Recife, significativamente entre brancas. O aleitamento materno quase exclusivo é praticado mais em São Paulo do que em Recife, por brancas e pardas. Observando-se os grupos étnicos em cada uma das cidades, notou-se que são as mulheres não-brancas (pretas e pardas) aquelas que amamentam mais, sendo particularmente baixo o aleitamento quase exclusivo em Recife, maior entre as pretas (34,5 dias de mediana de AE) comparado a 15,3 dias entre brancas e 16,7 entre pardas. O estudo aponta para a necessidade de se elaborar desenhos de pesquisa que levem em conta a questão da etnia e a amamentação, questão não respondida pela literatura em nível mundial.

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Publicado

1994-10-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Rea, M. F. (1994). Avaliação das práticas diferenciais de amamentação: a questão da etnia . Revista De Saúde Pública, 28(5), 365-372. https://doi.org/10.1590/S0034-89101994000500010