Exantema após vacinação do sarampo: análise laboratorial de casos notificados em São Paulo

Autores

  • Maria I Oliveira Instituto Adolfo Lutz; Serviço de Virologia
  • Suely P Curti Instituto Adolfo Lutz; Serviço de Virologia
  • Cristina A Figueiredo Instituto Adolfo Lutz; Serviço de Virologia
  • Ana MS Afonso Instituto Adolfo Lutz; Serviço de Virologia
  • Márcia Theobaldo Instituto Adolfo Lutz; Serviço de Virologia
  • Raymundo S Azevedo Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina; Departamento de Patologia
  • Edison L Durigon Universidade de São Paulo; Instituto de Ciências Biomédicas

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000200006

Palavras-chave:

Vacinação do sarampo, Parvovírus humano B19, Herpes vírus humano 6, Exantema, Rubéola, Sarampo

Resumo

OBJETIVO: O diagnóstico diferencial de doenças exantemáticas causadas por vírus é geralmente difícil, e equívocos não são raros, especialmente depois da introdução da vacina contra o sarampo e a rubéola. Um estudo laboratorial foi conduzido com o objetivo de estabelecer o diagnóstico etiológico de casos de exantema em crianças que receberam a vacina contra o sarampo. MÉTODOS: Soros de casos de exantema em crianças que receberam vacina contra o sarampo, em 1999, foram analisados para anticorpos IgM contra os vírus do sarampo, da rubéola e do parvovírus humano B19 (HPV B19), por técnicas comerciais de Elisa, e o herpes vírus humano tipo 6 (HHV 6), por técnica comercial de imunofluorecência. A viremia para cada um desses vírus foi testada pela reação em cadeia da polimerase (PCR). RESULTADOS: Foram notificados, em 1999, 17 casos de crianças com exantema pós-vacinal. A idade das crianças era de nove a 12 meses (mediana, dez meses). Uma amostra de sangue colhida para investigação laboratorial foi obtida para cada criança. O tempo decorrido entre a aplicação da vacina e o aparecimento do exantema variou de um a 60 dias. Os resultados da sorologia das 17 crianças sugeriram o seguinte diagnóstico etiológico para o exantema: 17,6% (três em 17) infecção pelo HPV B19; 76,5% (13 em 17) infecção pelo HHV 6; 5,9% (um em 17) exantema originado pela vacina do sarampo. CONCLUSÃO: Os resultados indicaram que a infecção pelo HPV B19 ou pelo HHV 6 pode ser diagnosticada como sarampo de origem vacinal. Portanto, é fundamental incluir esses vírus no diagnóstico laboratorial para corretamente apontar a etiologia das doenças exantemáticas, evitando, assim, atribuir à vacina do sarampo efeito colateral.

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Publicado

2002-04-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Oliveira, M. I., Curti, S. P., Figueiredo, C. A., Afonso, A. M., Theobaldo, M., Azevedo, R. S., & Durigon, E. L. (2002). Exantema após vacinação do sarampo: análise laboratorial de casos notificados em São Paulo . Revista De Saúde Pública, 36(2), 155-159. https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000200006