Diferenças entre autopercepção e critérios normativos na identificação das oclusopatias

Autores

  • Karen Glazer Peres Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública
  • Eliane Silva de Azevedo Traebert Associação Brasileira de Odontologia de Santa Catarina
  • Wagner Marcenes Royal Free and University College London Medical School; Department of Epidemiology and Public Health

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000200016

Palavras-chave:

Maloclusão^i1^stera, Percepção, Estudos transversais, Maloclusão^i1^sepidemiolo, Prevalência, Ortodontia^i1^stratame

Resumo

OBJETIVO: Avaliar o impacto das necessidades ortodônticas tecnicamente definidas (critérios normativos) sobre a satisfação com a aparência e a mastigação e compará-las com as autopercebidas (critérios subjetivos) em um grupo de adolescentes. MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal com a totalidade dos alunos entre 14 e 18 anos de idade (n=315) de um colégio em Florianópolis, SC, Brasil, em 1999. Uma cirurgiã-dentista realizou os exames clínicos para diagnóstico das principais oclusopatias (Dental Aesthetic Index) e aplicou um questionário para conhecer a satisfação dos indivíduos quanto a aparência, mastigação e percepção das necessidades de tratamento ortodôntico. Foi utilizada análise de regressão logística múltipla para conhecer o impacto de cada oclusopatia sobre a percepção dos indivíduos a respeito dos problemas oclusais. RESULTADOS: Obtiveram-se alta taxa de resposta (95%) e alta concordância intra-examinadora (Kappa 0,6 a 1,0). A prevalência de pelo menos um tipo de oclusopatia foi de 71,3%. Presença de apinhamento incisal (OR=2,8 [1,6-4,9]) e overjet (trespasse horizontal) (OR=2,4[1,4-4,3]) foram fatores de risco para insatisfação com a aparência. Adolescentes que apresentaram irregularidade anterior da mandíbula (OR=3,3 [1,6-6,9]), overjet (OR=1,7 [1,1-3,0]) e diastema anterior (OR=3,1 [1,4-6,9]) apresentaram maior percepção para a necessidade de tratamento ortodôntico. CONCLUSÕES: Os resultados sugerem que existem graus de problemas oclusais tecnicamente definidos que são aceitáveis pela população e que devem influenciar na decisão de tratamento, interferindo diretamente na demanda para esse tipo de atendimento. Medidas subjetivas poderiam ser incorporadas aos critérios clínicos atualmente utilizados.

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Publicado

2002-04-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Peres, K. G., Traebert, E. S. de A., & Marcenes, W. (2002). Diferenças entre autopercepção e critérios normativos na identificação das oclusopatias . Revista De Saúde Pública, 36(2), 230-236. https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000200016