Sobrevivência de pacientes adultos com Aids em hospital de referência no Nordeste brasileiro

Autores

  • Maria F Guerreiro Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social; Núcleo de Vigilância Epidemiológica e Controle de Doenças e Agravos
  • Ligia RS Kerr-Pontes Universidade Federal do Ceará; Departamento de Saúde Comunitária
  • Rosa S Mota UFC; Departamento de Matemática e Estatística
  • Marcondes C França Jr. UFC; Faculdade de Medicina
  • Fábio F Távora UFC; Faculdade de Medicina
  • Iusta Caminha UFC; Faculdade de Medicina

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000300004

Palavras-chave:

Síndrome de imunodeficiência adquirida^i2^squimiotera, Sobrevivência, Antivirais, Fatores socioeconômicos, Escolaridade, Terapia anti-retroviral

Resumo

OBJETIVO: Avaliar, em um hospital de referência, a influência de fatores sociodemográficos e clínico-epidemiológicos na sobrevivência de pacientes com Aids. MÉTODOS:Foi estudada uma amostra de 486 adultos com Aids atendidos em hospital de referência no Ceará, entre 1986 e 1998. Foram avaliadas as variáveis socioeconômicas e clínico-epidemiológicas. A análise foi realizada pelo método Kaplan-Meier e por regressão de Cox. RESULTADOS: Dos 486 pacientes estudados, 362 utilizaram pelo menos uma droga anti-retroviral e tiveram sobrevida dez vezes maior que os que não a utilizaram (746 e 79 dias, respectivamente; p<0,001). O risco de morrer, no primeiro ano, foi significativamente menor (0,25; IC95%: 0,12-0,50) para os que fizeram uso de dois inibidores de transcriptase reversa ou HAART e menor a partir do segundo ano (0,10; IC95%:0,42-0,23) em relação aos que não os usaram. Indivíduos sem nível universitário (15,58; IC95%:6,64-36,58) e que apresentaram duas ou mais doenças sistêmicas (3,03; IC95%:1,74-5,25) tiveram risco significativamente maior de morrer no primeiro ano. Após o primeiro ano, não se observou diferença. CONCLUSÃO: O melhor nível socioeconômico, medido indiretamente pela escolaridade, demonstrou grande influência na sobrevivência no primeiro ano. As drogas anti-retrovirais tiveram mais impacto na sobrevivência a partir do segundo ano, assim como igualaram o risco de morrer de pacientes com duas ou mais doenças sistêmicas àqueles que não tiveram nenhuma no mesmo período. Concluiu-se que uma introdução mais precoce e mais agressiva dos anti-retrovirais poderia beneficiar os pacientes.

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Publicado

2002-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Guerreiro, M. F., Kerr-Pontes, L. R., Mota, R. S., França Jr., M. C., Távora, F. F., & Caminha, I. (2002). Sobrevivência de pacientes adultos com Aids em hospital de referência no Nordeste brasileiro . Revista De Saúde Pública, 36(3), 278-284. https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000300004