Barreiras na relação clínico-paciente em dependentes de substâncias psicoativas procurando tratamento

Autores

  • Bruno José Barcellos Fontanella Universidade Estadual de Campinas; Faculdade de Ciências Médicas; Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria
  • Egberto Ribeiro Turato Universidade Estadual de Campinas; Faculdade de Ciências Médicas; Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000400009

Palavras-chave:

Transtornos relacionados ao uso de substâncias psicoativas^i1^spsicolo, Transtornos relacionados ao uso de álcool^i1^spsicolo, Aceitação pelo paciente de cuidados de saúde^i1^spsicolo, Cuidados médicos, Entrevista psicológica, Relações profissional-paciente, Relação médico-paciente, Visita a consultório médico^i1^sutiliza, Pesquisa qualitativa

Resumo

INTRODUÇÃO: Conhecer as barreiras para a procura de tratamento por dependentes de substâncias psicoativas tem óbvias implicações clínicas e na saúde pública. Assim, objetivou-se construir hipóteses sobre variáveis psicológicas e sociofamiliares configuráveis como barreiras subjetivas para procura mais precoce por tratamento formal. MÉTODOS: Foi realizada pesquisa qualitativa exploratória sobre amostra intencional (fechada por saturação e variedade de tipos) de 13 dependentes de substâncias psicoativas que procuraram tratamento. Foram realizadas entrevistas semidirigidas com questões abertas, e o material transcrito foi submetido à análise qualitativa de conteúdo. RESULTADOS: As principais barreiras situadas na relação clínico-paciente caracterizaram-se pelo medo, por parte dos usuários, em relação a clínicos e instituições (percebidos como possuindo características "sádicas") e pela percepção, pelos mesmos, de um "distanciamento" clínico-paciente. CONCLUSÕES: Deve ser considerada, pelos clínicos, a possibilidade de ocorrência dessas barreiras para procura de tratamento por pacientes ou potenciais pacientes, e o sistema público de saúde deve considerá-las na elaboração de seu marketing institucional. Tópicos como "medo de ser maltratado" e "os clínicos não saberiam tratar" deveriam constar nos questionários estruturados dos estudos quantitativos que investigam a freqüência das diferentes barreiras para procura de tratamento por dependentes.

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Publicado

2002-08-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Fontanella, B. J. B., & Turato, E. R. (2002). Barreiras na relação clínico-paciente em dependentes de substâncias psicoativas procurando tratamento . Revista De Saúde Pública, 36(4), 439-447. https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000400009