Estimativa de impacto da amamentação sobre a mortalidade infantil

Autores

  • Maria Mercedes Loureiro Escuder Secretaria de Estado da Saúde; Instituto de Saúde; Núcleo de Investigação em Epidemiologia
  • Sonia Isoyama Venancio Secretaria de Estado da Saúde; Instituto de Saúde; Núcleo de Investigação em Saúde da Mulher e da Criança
  • Julio César Rodrigues Pereira Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102003000300009

Palavras-chave:

Aleitamento materno, Mortalidade infantil, Avaliação de impacto, Prevenção primária, Promoção da saúde, Inquéritos nutricionais, Coeficiente de mortalidade, Morte evitável

Resumo

OBJETIVO: A mortalidade infantil no Estado de São Paulo tem mostrado uma redução progressiva nos últimos anos. Atualmente, atinge níveis para além dos quais uma maior redução parece desafiadora. Causas neonatais precoces correspondem a 50% desses óbitos. Entre os óbitos não neonatais precoces, destacam-se a pneumonia e a diarréia como as principais causas. O objetivo da pesquisa é estudar o impacto da amamentação na redução dos óbitos. MÉTODOS: Foram estudados 14 municípios da Grande São Paulo, onde coletaram-se informações relativas à amamentação por entrevistas, em uma amostra por conglomerados em dias nacionais de vacinação (Projeto Amamentação e Municípios). Também foram consultadas informações sobre mortalidade infantil, recolhidas de fontes oficiais, dos anos de 1999 e 2000. Com base em parâmetros da literatura sobre o risco de óbito por infecção respiratória e diarréia para crianças não amamentadas, calculou-se a fração de mortalidade evitável por cada doença. Os valores, aplicados ao número de óbitos registrados em cada município, permitiram o cálculo do impacto da amamentação sobre o Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI). RESULTADOS: A fração de mortalidade evitável por infecção respiratória variou, segundo o município e a faixa etária, entre 33% e 72%. Para diarréia, a variação ficou entre 35% e 86%. A estimativa média de impacto foi de 9,3% no CMI, com variações, segundo o município, entre 3,6% e 13%. CONCLUSÕES: A amamentação no primeiro ano de vida pode ser a estratégia mais exeqüível de redução da mortalidade pós-neonatal para além dos níveis já alcançados em municípios do Estado de São Paulo.

Downloads

Publicado

2003-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Escuder, M. M. L., Venancio, S. I., & Pereira, J. C. R. (2003). Estimativa de impacto da amamentação sobre a mortalidade infantil . Revista De Saúde Pública, 37(3), 319-325. https://doi.org/10.1590/S0034-89102003000300009