Mortalidade infantil e baixo peso ao nascer em cidades do Nordeste e Sudeste, Brasil

Autores

  • Antônio Augusto Moura da Silva Universidade Federal do Maranhão; Departamento de Saúde Pública
  • Heloísa Bettiol Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto; Departamento de Puericultura e Pediatria
  • Marco Antônio Barbieri Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto; Departamento de Puericultura e Pediatria
  • Valdinar Sousa Ribeiro Universidade Federal do Maranhão; Departamento de Medicina III
  • Vânia Maria de Farias Aragão Universidade Federal do Maranhão; Departamento de Medicina III
  • Luiz Gustavo Oliveira Brito Universidade Federal do Maranhão; Departamento de Saúde Pública
  • Márcio Mendes Pereira Universidade Federal do Maranhão; Departamento de Saúde Pública

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102003000600002

Palavras-chave:

Recém-nascido de baixo peso, Prematuro, Recém-nascido pequeno para a idade gestacional, Mortalidade infantil, Estudos de coortes, Sistemas de informação, Fatores socioeconômicos, Renda familiar, Brasil

Resumo

OBJETIVO: Comparar as estimativas das taxas de baixo peso ao nascer, prematuridade, pequeno para a idade gestacional e mortalidade infantil em duas coortes de nascimento no Brasil. MÉTODOS: As duas coortes foram realizadas na década de 90 em São Luís, localizada em uma região menos desenvolvida, no Nordeste, e em Ribeirão Preto, situada em uma região mais desenvolvida, no Sudeste. Foram coletados dados de um terço dos nascidos vivos de Ribeirão Preto, SP, em 1994 (2.839 partos únicos); em São Luís, MA, foi realizada amostragem sistemática de partos estratificada por maternidade, no período de 1997/98 (2.439 partos únicos). Os testes do qui-quadrado (categórico e para tendências) e t de Student foram usados na análise estatística. RESULTADOS: A taxa de baixo peso ao nascer foi menor em São Luís, constituindo um paradoxo epidemiológico. As taxas de prematuridade foram semelhantes, quando se esperava percentual mais elevado em Ribeirão Preto, por sua relação direta com o baixo peso ao nascer. Observou-se dissociação entre baixo peso ao nascer e mortalidade infantil, pois São Luís apresentou menor baixo peso ao nascer e maior mortalidade infantil, ocorrendo o inverso em Ribeirão Preto. CONCLUSÕES: Maior prevalência de tabagismo materno e melhor acesso e qualidade da assistência perinatal promovendo intervenções médicas mais precoces (cesárea e prematuridade induzida) que resultam em maior número de nascidos vivos com baixo peso do que natimortos em Ribeirão Preto podem explicar estas discrepâncias. A dissociação ecológica observada entre baixo peso ao nascer e mortalidade infantil sugere que a taxa daquele não deve mais ser considerada sistematicamente como indicador de desenvolvimento social.

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Publicado

2003-12-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Silva, A. A. M. da, Bettiol, H., Barbieri, M. A., Ribeiro, V. S., Aragão, V. M. de F., Brito, L. G. O., & Pereira, M. M. (2003). Mortalidade infantil e baixo peso ao nascer em cidades do Nordeste e Sudeste, Brasil . Revista De Saúde Pública, 37(6), 693-698. https://doi.org/10.1590/S0034-89102003000600002