Síndrome do climatério: inquérito populacional domiciliar em Campinas, SP

Autores

  • Adriana Orcesi Pedro Universidade Estadual de Campinas; Faculdade de Ciências Médicas; Departamento de Tocoginecologia
  • Aarão Mendes Pinto-Neto Universidade Estadual de Campinas; Faculdade de Ciências Médicas; Departamento de Tocoginecologia
  • Lúcia Helena Simões Costa-Paiva Universidade Estadual de Campinas; Faculdade de Ciências Médicas; Departamento de Tocoginecologia
  • Maria José Duarte Osis Centro Materno Infantil de Campinas
  • Ellen Elizabeth Hardy Universidade Estadual de Campinas; Faculdade de Ciências Médicas; Departamento de Tocoginecologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102003000600008

Palavras-chave:

Climatério, Menopausa, Estudos transversais

Resumo

OBJETIVO: Estudar a prevalência de sintomas climatéricos, urogeniatais e sexuais em população de mulheres do Brasil. MÉTODOS: Estudo descritivo de corte transversal, de base populacional. Selecionaram-se, por meio de processo de amostragem, 456 mulheres, residentes no município de Campinas, SP, na faixa etária de 45-60 anos de idade, em 1997, segundo informações da agência local do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Os dados foram coletados por meio de entrevistas domiciliares, com questionários estruturados e pré-testados. A análise dos dados foi realizada pelo teste do qui-quadrado, teste não paramétrico de Kruskal-Wallis, com nível de significância estatística menor que 0,05. A intensidade dos sintomas climatéricos foi analisada pelos índices circulatório e psicológico. A análise de componentes principais foi utilizada para determinar a inter-relação dos sintomas climatéricos. RESULTADOS: Os sintomas climatéricos mais prevalentes foram: nervosismo (82%), fogachos (70%), cefaléia (68%), irritabilidade (67%) e sudorese (59%). Os fogachos, a sudorese e a insônia foram significativamente mais prevalentes na peri e pós-menopausa. A freqüência (intensidade) dos sintomas vasomotores e psicológicos não variou segundo o estado menopausal. A prevalência de incontinência urinária foi de 27,4%. A queixa de dispareunia e secura vaginal foi pouco freqüente. Em relação às queixas sexuais, a diminuição do interesse sexual foi a mais freqüente. Constatou-se que algumas queixas climatéricas são inter-relacionadas. O primeiro aglomerado incluiu as ondas de calor e a sudorese (aglomerado vasomotor). O segundo, depressão, nervosismo e irritabilidade (aglomerado psicológico) e o terceiro, tontura e palpitação (aglomerado atípico). CONCLUSÕES: A prevalência de sintomas climatéricos na população estudada foi elevada e semelhante à descrita em países ocidentais desenvolvidos.

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Publicado

2003-12-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Pedro, A. O., Pinto-Neto, A. M., Costa-Paiva, L. H. S., Osis, M. J. D., & Hardy, E. E. (2003). Síndrome do climatério: inquérito populacional domiciliar em Campinas, SP . Revista De Saúde Pública, 37(6), 735-742. https://doi.org/10.1590/S0034-89102003000600008