Controle de crianças e adolescentes comunicantes de tuberculosos, Rio de Janeiro, RJ

Autores

  • Zelina M R Caldeira Universidade Federal Fluminense
  • Clemax C Sant'Anna Universidade Federal Fluminense
  • Miguel Abdom Aidé Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102004000300001

Palavras-chave:

Tuberculose pulmonar^i1^sdiagnóst, Tuberculose pulmonar^i1^sprevenção e contr, Busca de comunicante, Teste tuberculínico, Vacina BCG, Mycobacterium tuberculosis, Estudos transversais

Resumo

OBJETIVO: Detectar doença ou infecção tuberculosa em comunicantes de pacientes com tuberculose pulmonar. MÉTODOS: Estudo descritivo, transversal, realizado em centro municipal de saúde da cidade do Rio de Janeiro, RJ, com 184 crianças e adolescentes, de 0 a 15 anos de idade, comunicantes de tuberculosos, no período de março de 1995 a março de 1997. Os comunicantes foram submetidos à avaliação clínico-radiológica, teste tuberculínico e baciloscopia de escarro, quando possível. Os doentes foram submetidos à quimioterapia anti-tuberculose e os infectados à quimioprofilaxia. Foi pesquisada a viragem tuberculínica nos comunicantes não reatores ao teste tuberculínico por meio de um segundo teste realizado após oito semanas e, quando presente, a quimioprofilaxia era instituída. RESULTADOS: A casuística foi composta por 98 meninos e 86 meninas, com idades variando entre 0 e 15 anos. Segundo o critério de Gomez, 26,9% das crianças eram desnutridas. Em relação à fonte de infecção, 170 (92,4%) foram intradomiciliares, das quais 66,5% eram os pais. A vacinação BCG foi constatada em 98,4% crianças e 14,7% haviam sido revacinadas. O teste tuberculínico foi reator forte em 110/181 crianças. Consideraram-se infectadas pelo M. tuberculosis 76 (41,3%) crianças e detectaram-se 25 (13,6%) casos de tuberculose pulmonar, dos quais sete (28%) estavam assintomáticos. Houve maior adoecimento quando o comunicante convivia com mais de uma fonte de infecção (p=0,02). CONCLUSÕES: A detecção de doença e de infecção tuberculosa foi elevada na população estudada. O controle de comunicantes deve ser enfatizado, pois permite o diagnóstico de tuberculose em crianças ainda assintomáticas e identifica infectados, os quais podem se beneficiar da quimioprofilaxia.

Publicado

2004-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Caldeira, Z. M. R., Sant'Anna, C. C., & Aidé, M. A. (2004). Controle de crianças e adolescentes comunicantes de tuberculosos, Rio de Janeiro, RJ . Revista De Saúde Pública, 38(3), 339-345. https://doi.org/10.1590/S0034-89102004000300001