Quais fatores podem explicar o paradoxo do baixo peso ao nascer?

Autores

  • Antônio Augusto Moura da Silva Universidade Federal do Maranhão; Departamento de Saúde Pública
  • Heloisa Bettiol Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto; Departamento de Puericultura e Pediatria
  • Marco Antonio Barbieri Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto; Departamento de Puericultura e Pediatria
  • Luiz Gustavo Oliveira Brito Universidade Federal do Maranhão; Departamento de Saúde Pública
  • Márcio Mendes Pereira Universidade Federal do Maranhão; Departamento de Saúde Pública
  • Vânia Maria Farias de Aragão UFMA; Departamento de Medicina III
  • Valdinar Sousa Ribeiro UFMA; Departamento de Medicina III

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000500014

Palavras-chave:

Recém-nascido de baixo peso, Prevalência, Fatores de risco, Fatores de confusão^i2^sepidemiolo, Fatores socioeconômicos, Idade materna, Tabagismo, Cesárea

Resumo

OBJETIVO: O baixo peso ao nascer é incomum em recém-nascidos de maior nível socioeconômico. Contudo, no Brasil, a taxa de baixo peso ao nascer foi maior em cidade mais desenvolvida do que em município menos desenvolvido. O objetivo do estudo foi buscar razões para explicar este paradoxo. MÉTODOS: O estudo foi realizado em Ribeirão Preto (SP) e em São Luís (MA), cujas taxas de baixo peso ao nascer eram 10,7% e 7,6%, respectivamente. Foram analisados dados de duas coortes de nascimentos: 2.839 recém-nascidos em Ribeirão Preto em 1994 e 2.439 em São Luís em 1997/98. Foi realizada análise de regressão logística múltipla, ajustada para efeito de confusão. RESULTADOS: Os fatores de risco associados em São Luís foram primiparidade, idade materna menor que 18 anos e tabagismo materno. Em Ribeirão Preto, os fatores de risco foram: renda familiar entre um e três salários-mínimos, idade materna menor que 18 e igual ou maior que 35 anos, tabagismo materno e parto cesáreo. Em modelo conjunto incluindo ambas as coortes, Ribeirão Preto apresentou risco 45% maior para em relação a São Luís. Quando ajustado para tabagismo materno, o excesso de risco em Ribeirão Preto, reduziu-se em 49%, mas o intervalo de confiança esteve marginalmente significante. Diferenças nas taxas de cesárea entre as duas cidades contribuíram para explicar uma porção adicional desse paradoxo. CONCLUSÕES: O tabagismo materno foi o fator de risco mais importante capaz de explicar a diferença no baixo peso ao nascer entre as duas cidades. Os outros fatores pouco contribuíram para explicar a diferença nas taxas de baixo peso ao nascer.

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Publicado

2006-08-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Silva, A. A. M. da, Bettiol, H., Barbieri, M. A., Brito, L. G. O., Pereira, M. M., Aragão, V. M. F. de, & Ribeiro, V. S. (2006). Quais fatores podem explicar o paradoxo do baixo peso ao nascer? . Revista De Saúde Pública, 40(4), 648-655. https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000500014