Desigualdade social e mortalidade precoce por doenças cardiovasculares no Brasil

Autores

  • Lenice Harumi Ishitani Secretaria Municipal de Saúde
  • Glaura da Conceição Franco Universidade Federal de Minas Gerais; Instituto de Ciências Exatas; Departamento de Estatística
  • Ignez Helena Oliva Perpétuo UFMG; Faculdade de Ciências Econômicas; Departamento de Demografia
  • Elisabeth França UFMG; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva e Social

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000500019

Palavras-chave:

Doenças cardiovasculares^i1^smortalid, Fatores socioeconômicos, Fatores de risco, Desigualdades em saúde

Resumo

OBJETIVO: Investigar associação entre alguns indicadores de nível socioeconômico e mortalidade de adultos por doenças cardiovasculares no Brasil. MÉTODOS: Foram analisados os óbitos de adultos (35 a 64 anos), ocorridos entre 1999 a 2001, por doenças cardiovasculares, e pelos subgrupos das doenças isquêmicas do coração e doenças cerebrovasculares-hipertensivas, obtidos no Sistema de Informação sobre Mortalidade. Foram selecionados para análise 98 municípios brasileiros, com melhor qualidade de informação. Para analisar a associação entre indicadores socioeconômicos e a mortalidade por doenças cardiovasculares, foi utilizada a regressão linear simples e múltipla. RESULTADOS: Na análise univariada, verificou-se associação negativa para a mortalidade por doenças cardiovasculares e o subgrupo das cerebrovasculares-hipertensivas com renda e escolaridade, e associação direta com taxa de pobreza e condições precárias de moradia. Quanto às doenças isquêmicas, houve associação inversa com taxa de pobreza e escolaridade, e direta com condições precárias de moradia. A escolaridade, após ajuste pelo modelo de regressão linear múltipla, permaneceu associada à mortalidade pela doença investigada e seus subgrupos. A cada ponto percentual de aumento na proporção de adultos com alta escolaridade, a taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares diminui em 3,25 por 100.000 habitantes. CONCLUSÕES: A análise da mortalidade dos municípios mostrou que a associação entre doenças cardiovasculares e fatores socioeconômicos é inversa, destacando-se a escolaridade. É provável que melhor escolaridade possibilite melhores condições de vida e, conseqüentemente, impacto positivo na mortalidade precoce.

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Publicado

2006-08-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Ishitani, L. H., Franco, G. da C., Perpétuo, I. H. O., & França, E. (2006). Desigualdade social e mortalidade precoce por doenças cardiovasculares no Brasil . Revista De Saúde Pública, 40(4), 684-691. https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000500019