Autonomia de pacientes em internação prolongada em hospital psiquiátrico

Autores

  • Luciane Carniel Wagner Centro Universitário Metodista IPA; Faculdade de Ciências da Saúde
  • Marcelo Pio de Almeida Fleck Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Faculdade de Medicina
  • Mário Wagner Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Faculdade de Medicina
  • Míriam Thaís Guterres Dias Universidade do Vale do Rio dos Sinos

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000500021

Palavras-chave:

Transtornos Mentais^i2^sclassifica, Autonomia pessoal, Desinstitucionalização, Tempo de internação, Pessoas portadoras de deficiência mental^i2^sclassifica, Questionários

Resumo

OBJETIVO: Avaliar a autonomia de uma população de pacientes com internação prolongada em um hospital psiquiátrico, identificar indivíduos com possibilidades de desinternação e avaliar o impacto de variáveis sociodemográficas, do funcionamento social e de incapacitações físicas sobre a autonomia. MÉTODOS: Foi avaliado o total de 584 indivíduos de um hospital psiquiátrico de Porto Alegre, RS, com internação prolongada (96% dois pacientes), entre julho e agosto de 2002. Foram utilizados os instrumentos, adaptados para a realidade brasileira: independent living skills survey (inventário de habilidades de vida independente), social behavioral schedule (escala de avaliação do comportamento social) e questionário de avaliação do grau de invalidez física. RESULTADOS: Os pacientes apresentaram grande comprometimento de sua autonomia, principalmente com relação à administração de dinheiro, ocupação, lazer, preparo de alimentos e transporte. A deterioração da autonomia esteve associada com o tempo de internação (OR=1,02), com severa incapacitação física (OR=1,54; p=0,01) e com o sexo masculino (OR=3,11; p<0,001). A estimativa do risco de ter um comprometimento moderado a grave da autonomia foi 23 vezes mais alta entre os indivíduos com severo prejuízo no funcionamento social (IC 95%: 10,67-49,24). CONCLUSÕES: A população avaliada apresentou sua autonomia seriamente deteriorada. Concluiu-se que no planejamento da desinternação prolongada desse tipo de paciente deve-se levar em conta seus déficits funcionais. A avaliação do funcionamento social e autonomia auxilia na identificação das necessidades e na determinação da viabilidade do processo de desinternação e reinserção social desses indivíduos.

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Publicado

2006-08-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Wagner, L. C., Fleck, M. P. de A., Wagner, M., & Dias, M. T. G. (2006). Autonomia de pacientes em internação prolongada em hospital psiquiátrico . Revista De Saúde Pública, 40(4), 699-705. https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000500021