Rastreamento de uso de álcool por gestantes de serviços públicos de saúde do Rio de Janeiro

Autores

  • Claudia Leite Moraes Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Instituto de Medicina Social; Programa de Investigação Epidemiológica em Violência Familiar
  • Michael Eduardo Reichenheim Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Instituto de Medicina Social; Programa de Investigação Epidemiológica em Violência Familiar

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000500002

Palavras-chave:

Consumo de bebidas alcoólicas^i1^sepidemiolo, Gestantes, Questionários, Estudos transversais, Brasil

Resumo

OBJETIVO: Avaliar a prevalência de casos suspeitos de uso inadequado de álcool durante a gestação entre mulheres atendidas na rede pública de saúde. MÉTODOS: Estudo transversal com 537 parturientes selecionadas aleatoriamente em maternidades públicas do Rio de Janeiro entre março e outubro de 2000. Entrevistadoras adequadamente treinadas identificaram os casos suspeitos de uso inadequado de álcool utilizando os instrumentos Cut-down, Annoyed, Guilty e Eye-opener (CAGE), Tolerance Cut-down, Annoyed e Eye-opener (T-ACE) e Tolerance Worry Eye-opener Annoyed Cut-down (TWEAK). Na análise segundo variáveis socioeconômicas e demográficas utilizou-se o teste qui-quadrado. RESULTADOS: Cerca de 40% das mulheres relataram fazer uso de algum tipo de bebida alcoólica durante a gestação, sendo a cerveja a bebida mais consumida (83,9%). Dependendo do instrumento de identificação, estimou-se que entre 7,3% e 26,1% das mulheres eram casos suspeitos de uso inadequado de álcool. A suspeição de utilização inadequada foi mais comum entre as mulheres de idade mais avançada; de baixa escolaridade; que não se declararam brancas; que não viviam com companheiro; que relataram tabagismo e uso de drogas ilícitas por um dos membros do casal; e com pouco apoio social. CONCLUSÕES: A alta prevalência de suspeição de uso inadequado de álcool e sua superposição com diferentes fatores de risco para desfechos deletérios na gestação indicam um importante problema de saúde pública, merecendo ser rotineiramente rastreada durante o acompanhamento pé-natal.

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Publicado

2007-10-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Moraes, C. L., & Reichenheim, M. E. (2007). Rastreamento de uso de álcool por gestantes de serviços públicos de saúde do Rio de Janeiro . Revista De Saúde Pública, 41(5), 695-703. https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000500002