Otorrinolaringologia pediátrica no Sistema Público de Saúde de Belo Horizonte

Autores

  • Angela Francisca Marques Guerra Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde
  • Denise Utsch Gonçalves Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde
  • Maria da Conceição Juste Werneck Côrtes Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde
  • Claudia Regina Lindgren Alves Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde
  • Tânia Mara Assis Lima Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000500005

Palavras-chave:

Otorrinolaringopatias^i1^sepidemiolo, Otorrinolaringopatias^i1^sprevenção e contr, Atenção primária à saúde, Atenção secundária à saúde, Atenção à saúde, Serviços de saúde, Pré-escolar

Resumo

OBJETIVO: Analisar a adequação dos encaminhamentos da atenção primária para a secundária em otorrinolaringologia pediátrica. MÉTODOS: Estudo realizado em Belo Horizonte, estado de Minas Gerais, de março de 2004 a maio de 2005. Foram avaliadas 408 crianças pré-escolares encaminhadas da atenção primária para a secundária do setor de otorrinolaringologia com otite, faringoamigdalite, rinossinusite, rinite alérgica e hipertrofia de amígdala/adenóide. As variáveis analisadas foram: concordância dos diagnósticos na atenção primária e secundária, tempo de espera pela consulta, acompanhamento e especialista (médico de família ou pediatra) que examinou a criança na atenção primária. A concordância dos diagnósticos foi avaliada pela análise estatística de kappa. RESULTADOS: Os pacientes tinham em média cinco anos de idade, dos quais 214 (52,5%) eram meninos, o tempo médio de espera pela consulta foi de 3,7 meses. Os diagnósticos na atenção primária e secundária foram, respectivamente: otite (44%, 49%), hipertrofia de amígdala/adenóide (22%, 33%), faringoamigdalite (18%, 23%), rinossunusite (13%, 21%), rinite alérgica (3%, 33%). Análise de concordância kappa foi 0,15 para otite com efusão, 0,35 para otite recorrente, 0,04 para hipertrofia de amígdala/adenóide, 0,43 para faringoamigdalite, 0,05 para rinite alérgica; 0,2 para rinossinusite. Os diagnósticos na atenção primária para encaminhamento à secundária, definidos pelo médico de família ou pelo pediatra que avaliou a criança foram concordantes. CONCLUSÕES: A inadequação dos encaminhamentos da atenção primária para a secundária em otorrinolaringologia foi expressa pelo longo tempo de espera pela consulta e pela baixa concordância de diagnósticos firmados entre os níveis de atenção para os mesmos pacientes avaliados. A atenção primária poderia se tornar mais eficiente se os profissionais fossem mais bem capacitados em otorrinolaringologia.

Publicado

2007-10-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Guerra, A. F. M., Gonçalves, D. U., Côrtes, M. da C. J. W., Alves, C. R. L., & Lima, T. M. A. (2007). Otorrinolaringologia pediátrica no Sistema Público de Saúde de Belo Horizonte . Revista De Saúde Pública, 41(5), 719-725. https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000500005