Vulnerabilidade e vida nua: bioética e biopolítica na atualidade

Autores

  • Márcia Arán Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Instituto de Medicina Social
  • Carlos Augusto Peixoto Júnior Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro; Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102006005000038

Palavras-chave:

Bioética, Vulnerabilidade, Vulnerabilidade em saúde, Valor da vida, Política de pesquisa em saúde, Ética em pesquisa, Experimentação humana^i1^sét

Resumo

O trabalho teve por objetivo analisar a noção de vulnerabilidade utilizada pela bioética para debater as pesquisas com seres humanos na atualidade, a partir de uma reflexão acerca da biopolítica na cultura contemporânea. Para isto, partiu-se da leitura de Giorgio Agamben dos modelos de poder foucaultianos - Soberania e Biopolítica - para, em seguida, analisar a noção de vida nua - "vida sem nenhum valor". Se os dispositivos de poder nas democracias modernas conjugam estratégias biopolíticas com a emergência da força do poder soberano que transforma a vida em vida nua, é fato que a bioética deve ser um instrumento de proteção das pessoas vulneradas. No entanto, além do território do estado do direito, a bioética também deve poder penetrar nas zonas de indiferenciação, onde soberania e técnica se misturam, profanando a fronteiras biopolíticas e problematizando a própria condição de vulnerabilidade.

Publicado

2007-10-01

Edição

Seção

Artigo Especial

Como Citar

Arán, M., & Peixoto Júnior, C. A. (2007). Vulnerabilidade e vida nua: bioética e biopolítica na atualidade . Revista De Saúde Pública, 41(5), 849-857. https://doi.org/10.1590/S0034-89102006005000038