Validade do diabetes auto-referido e seus determinantes: evidências do projeto Bambuí

Autores

  • Maria Fernanda Lima-Costa Universidade Federal de Minas Gerais; Fundação Oswaldo Cruz; Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento
  • Sérgio Viana Peixoto Universidade Federal de Minas Gerais; Fundação Oswaldo Cruz; Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento
  • Josélia Oliveira Araújo Firmo Universidade Federal de Minas Gerais; Fundação Oswaldo Cruz; Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento
  • Elizabeth Uchoa Universidade Federal de Minas Gerais; Fundação Oswaldo Cruz; Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000600009

Palavras-chave:

Diabetes mellitus, Saúde do idoso, Sensibilidade e especificidade, Estudos de validação, Questionários

Resumo

OBJETIVO: Avaliar a validade do diabetes auto-referido e seus determinantes entre idosos. MÉTODOS: Participaram do estudo transversal 1.492 indivíduos >; 60 anos de idade, que correspondiam a 86% de todos os moradores, na faixa etária considerada, da cidade de Bambuí, Minas Gerais, em 1997. A validade do diabetes auto-referido foi determinada em relação ao diabetes mellitus definido por critérios médicos (glicemia de jejum >; 126 mg/dl ou tratamento). RESULTADOS: As prevalências do diabetes mellitus e do diabetes auto-referido foram de 14,5% e 11,7%, respectivamente. A sensibilidade e a especificidade do último em relação ao primeiro foram 57,1% (IC 95%: 50,3;63,8) e 96,0% (IC 95%: 94,7;97,0). Visitas ao médico há menos de dois anos (RP=3,78), escolaridade de um a três anos (RP= 1,90) e >; 4 anos (RP=1,55) apresentaram associações positivas e independentes com a sensibilidade. Visitas ao médico há menos de dois anos (RP=0,96) e sexo feminino (RP=0,97) apresentaram associações negativas e independentes com a especificidade. CONCLUSÕES: Os resultados mostraram que o diabetes auto-referido não deve ser usado como indicador da prevalência do diabetes mellitus na população estudada, nem para a identificação de indivíduos com a doença. A escolaridade e o uso de serviços de saúde foram determinantes da capacidade do idoso informar corretamente a sua condição de diabético, indicando que essas características modificáveis podem desempenhar papel importante na prevenção secundária e terciária da doença.

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Publicado

2007-12-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Lima-Costa, M. F., Peixoto, S. V., Firmo, J. O. A., & Uchoa, E. (2007). Validade do diabetes auto-referido e seus determinantes: evidências do projeto Bambuí . Revista De Saúde Pública, 41(6), 947-953. https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000600009