Consumo alimentar na gestação e no pós-parto segundo cor da pele no município do Rio de Janeiro

Autores

  • Elisa Maria de Aquino Lacerda Universidade Federal do Rio de Janeiro; Instituto de Nutrição Josué de Castro; Departamento de Nutrição e Dietética
  • Gilberto Kac UFRJ; INJC; Departamento de Nutrição Social e Aplicada
  • Cynthia Braga da Cunha Fundação Instituto Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca; Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde
  • Maria do Carmo Leal Fundação Instituto Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca; Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000600014

Palavras-chave:

Consumo de alimentos, Gravidez, Lactação, Etnia e saúde, Estudos longitudinais

Resumo

OBJETIVO: Avaliar o consumo alimentar durante a gestação e pós-parto, segundo cor da pele. MÉTODOS: Estudo longitudinal prospectivo que incluiu 467 mulheres entre 15 e 45 anos no período pós-parto, no município do Rio de Janeiro, entre 1999 e 2001. Foi aplicado um questionário de freqüência de consumo de alimentos aos 15 dias pós-parto (consumo referente ao período da gestação) e aos seis meses (consumo referente ao período pós-parto). Foi utilizada análise de covariância para analisar diferenças no consumo alimentar, segundo cor da pele, controlada pela escolaridade. RESULTADOS: Durante a gestação, pretas e pardas apresentaram consumo de energia 13,4% e 9,1% (p=0,009 e p=0,028) e consumo de carboidrato 15,1% e 10,5% maior que brancas (p=0,005 e p=0,014), respectivamente. Mulheres pretas e brancas apresentaram consumo energético 34% e 20% acima das recomendações nutricionais, respectivamente (p=0,035). Durante o período pós-parto, as pretas apresentaram consumo de energia 7,7% maior e consumo de lipídios 14,8% maior que as brancas; consumo de ácidos graxos saturados 23,8% maior que brancas (p=0,003) e 13% maior que pardas (p=0,046). A adequação de consumo de lipídios e ácidos graxos saturados foi maior em pretas que em brancas (p=0,024 e p=0,011, respectivamente). CONCLUSÕES: Os resultados mostram ser necessário revisar estratégias de intervenção nutricional no pré-natal e implementar assistência nutricional no pós-parto, para ajustar o consumo alimentar a níveis adequados, considerando as diferenças por cor/raça identificadas.

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Publicado

2007-12-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Lacerda, E. M. de A., Kac, G., Cunha, C. B. da, & Leal, M. do C. (2007). Consumo alimentar na gestação e no pós-parto segundo cor da pele no município do Rio de Janeiro . Revista De Saúde Pública, 41(6), 985-994. https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000600014