Fatores de risco para mortalidade neonatal precoce

Autores

  • Daniela Schoeps Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Programa de Pós-Graduação
  • Marcia Furquim de Almeida Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública
  • Gizelton Pereira Alencar Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Programa de Pós-Graduação
  • Ivan França Jr. Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública
  • Hillegonda Maria Dutilh Novaes Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina
  • Arnaldo Augusto Franco de Siqueira Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública
  • Oona Campbell London School of Hygiene and Tropical Medicine; Epidemiology Unit
  • Laura Cunha Rodrigues London School of Hygiene and Tropical Medicine; Epidemiology Unit

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000600017

Palavras-chave:

Mortalidade neonatal precoce, Fatores de risco, Fatores socioeconômicos, Assistência perinatal, Serviços de saúde materno-infantil, Estudos de casos e controles

Resumo

OBJETIVO: Avaliar os fatores de risco da mortalidade neonatal precoce. MÉTODOS: Estudo caso-controle de base populacional com 146 óbitos neonatais precoces e amostra de 313 controles obtidos entre os sobreviventes ao período neonatal, na região sul do município de São Paulo, no período de 1/8/2000 a 31/1/2001. As informações foram obtidas por meio de entrevistas domiciliares e prontuários hospitalares. Foi realizada análise hierarquizada em cinco blocos com características: 1) socioeconômicas das famílias e das mães; 2) psicossociais maternas; 3) biológicas e da história reprodutiva materna; 4) do parto; 5) do recém-nascido. RESULTADOS: Os fatores de risco para a mortalidade neonatal precoce foram: Bloco 1: baixa escolaridade do chefe da família (OR=1,6; IC 95%: 1,1;2,6); domicílio em favela (OR=2,0; IC 95%: 1,2;3,5), com até um cômodo (OR=2,2; IC 95%: 1,1;4,2); Bloco 2: mães com união recente (OR=2,0; IC 95%: 1,0;4,2) e sem companheiro (OR=1,8; IC 95%: 1,1;3,0), presença de maus tratos (OR=2,7;1,1-6,5); Bloco 3: presença de intercorrência na gravidez (OR=8,2; IC 95%: 5,0;13,5), nascimento prévio de baixo peso (OR=2,4; IC 95%: 1,2;4,5); pré-natal ausente (OR=16,1; IC 95%: 4,7;55,4) ou inadequado (OR=2,1; IC 95%: 2,0;3,5); Bloco 4: presença de problemas no parto (OR=2,9; IC 95%: 1,4;5,1), mães que foram ao hospital de ambulância (OR=3,8; IC 95%: 1,4;10,7); Bloco 5: baixo peso ao nascer (OR=17,3; IC 95%: 8,4;35,6), nascimento de pré-termo (OR=8,8; IC 95%: 4,3;17,8). CONCLUSÕES: Além dos fatores proximais (baixo peso ao nascer, gestações de pré-termo, problemas no parto e intercorrências durante a gestação), identificou-se a participação de variáveis que refletem exclusão social e de fatores psicossociais. Esse contexto pode afetar o desenvolvimento da gestação e dificultar o acesso das mulheres aos serviços de saúde. A assistência pré-natal adequada poderia minimizar parte do efeito dessas variáveis.

Publicado

2007-12-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Schoeps, D., Almeida, M. F. de, Alencar, G. P., França Jr., I., Novaes, H. M. D., Siqueira, A. A. F. de, Campbell, O., & Rodrigues, L. C. (2007). Fatores de risco para mortalidade neonatal precoce . Revista De Saúde Pública, 41(6), 1013-1022. https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000600017