Infecção pelo HIV, hepatites B e C e sífilis em moradores de rua, São Paulo

Autores

  • Valquiria O. C. Brito Prefeitura do Município de São Paulo; Coordenadoria de Vigilância em Saúde
  • Deolinda Parra Prefeitura do Município de São Paulo; Centro de Testagem e Aconselhamento Henrique de Souza Filho - Henfil
  • Regina Facchini Universidade Estadual de Campinas; Instituto de Filosofia e Ciências Humanas; Programa de Doutorado em Ciências Sociais
  • Cassia Maria Buchalla Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000900009

Palavras-chave:

Infecções por HIV^i1^sepidemiolo, Hepatite B^i1^sepidemiolo, Hepatite C^i1^sepidemiolo, Sífilis^i1^sepidemiolo, Sem-teto, Estudos soroepidemiológicos, Estudos transversais

Resumo

OBJETIVO: Estimar a prevalência das infecções pelo HIV, vírus das hepatites B e C, e da sífilis em moradores de rua. MÉTODOS: Estudo transversal com intervenção educativa, realizado no município de São Paulo, de 2002 a 2003. Selecionou-se amostra de conveniência de moradores de rua que utilizavam albergues noturnos, segundo os critérios: >;18 anos e não apresentar distúrbios psiquiátricos. Em entrevistas, foram coletados dados sociodemográficos e de comportamento, e realizados exames laboratoriais para HIV, hepatite B e C e sífilis, e aconselhamento pós-teste. RESULTADOS: Participaram 330 usuários dos albergues, com 40,2 anos (média), 80,9% homens, nas ruas, em média, há um ano. Observaram-se prevalências de 1,8% de HIV, 8,5% de vírus de hepatite C, 30,6% de infecção pregressa por hepatite B, 3,3% de infecção aguda ou crônica pelo vírus hepatite B e 5,7% de sífilis. Uso consistente de preservativo foi referido por 21,3% e uso de droga injetável, por 3% dos entrevistados. A positividade para HIV foi de 10% e 50% para vírus da hepatite C entre usuários de drogas injetáveis, versus 1,5% para HIV e 7,3% para hepatite C nos demais, evidenciando associação entre esse vírus e uso de droga injetável. Prisão anterior foi referida por 7,9% das mulheres e 26,6% dos homens, com prevalência de 2,6% para HIV e 17,1% para vírus da hepatite C. CONCLUSÕES: As elevadas prevalências de HIV e vírus de hepatite B e C requerem programas de prevenção baseados na vacinação contra hepatite B, diagnóstico precoce dessas infecções e inserção dos moradores de rua em serviços de saúde.

Publicado

2007-12-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Brito, V. O. C., Parra, D., Facchini, R., & Buchalla, C. M. (2007). Infecção pelo HIV, hepatites B e C e sífilis em moradores de rua, São Paulo . Revista De Saúde Pública, 41(suppl.2), 47-56. https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000900009