Diferenciais socioeconômicos na realização de exame de urina no pré-natal

Autores

  • Mariângela F Silveira Universidade Federal de Pelotas; Faculdade de Medicina; Departamento Materno-Infantil
  • Aluísio J D Barros Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Iná S Santos Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Alicia Matijasevich Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Cesar G Victora Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102008000300001

Palavras-chave:

Gravidez, Trabalho de Parto Prematuro, Cuidado Pré-Natal, Urinálise, Fatores Socioeconômicos, Estudos de Coortes

Resumo

OBJETIVO: A importância do exame de urina na rotina do pré-natal deve-se à infecção do trato urinário na gestante, uma importante causa de parto prematuro e morbidade neonatal. O objetivo do estudo foi analisar fatores associados à solicitação de exames de urina durante a gestação. MÉTODOS: Durante o ano de 2004, 4.163 mulheres residentes na zona urbana de Pelotas (RS) e que haviam realizado pré-natal foram entrevistadas ao darem à luz nos hospitais da cidade. A prevalência da não realização do exame de urina na gestação foi analisada segundo variáveis socioeconômicas, demográficas e de atenção pré-natal. Após análise bivariada, foi realizada regressão logística para identificar fatores associados com o desfecho, controlando para possíveis fatores de confusão, ao nível de significância de p<0,05. RESULTADOS: A prevalência de não realização do exame de urina foi de 3%. Na análise multivariada verificou-se que mulheres negras, pobres, de baixa escolaridade, solteiras, e que realizaram menos de seis consultas pré-natais, tiveram maior chance de não realizar este exame. Entre gestantes pobres, negras e de baixa escolaridade esta prevalência foi de 10%, contra 0,4% em gestantes brancas, ricas e escolarizadas. CONCLUSÕES: Embora o exame de urina seja importante para evitar complicações na gestação e para o recém-nascido, 3% das gestantes não o realizaram. A utilização da avaliação do exame de urina pode servir como um indicador de qualidade do atendimento pré-natal. Mulheres mais pobres, negras, de baixa escolaridade e sem companheiro devem ser alvo de ações mais específicas para a obtenção de um cuidado pré-natal adequado.

Publicado

2008-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Silveira, M. F., Barros, A. J. D., Santos, I. S., Matijasevich, A., & Victora, C. G. (2008). Diferenciais socioeconômicos na realização de exame de urina no pré-natal . Revista De Saúde Pública, 42(3), 389-395. https://doi.org/10.1590/S0034-89102008000300001