Determinantes sociais da iniciação sexual precoce na coorte de nascimentos de 1982 a 2004-5, Pelotas, RS

Autores

  • Helen Gonçalves Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Dominique P Béhague Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Denise P Gigante Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Gicele C Minten Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Bernardo L Horta Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Cesar G Victora Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Fernando C Barros Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102008000900006

Palavras-chave:

Adulto, Comportamento Sexual, Sexualidade, Saúde Sexual e Reprodutiva, Identidade de Gênero, Estudos de Coortes, Brasil

Resumo

OBJETIVO: Analisar determinantes sociais da iniciação sexual precoce de jovens pertencentes a uma coorte de nascimentos. MÉTODOS: Foram entrevistados em 2004-5 os indivíduos da coorte de nascimentos de Pelotas (RS), em 1982 (N=4.297). A iniciação sexual precoce (<13 anos) foi o desfecho. Análises descritivas e estratificadas foram realizadas segundo o sexo. As variáveis analisadas foram renda familiar em 1982, cor da pele, escolaridade do jovem e mudança de renda (1982-2004-5). Usaram-se dados etnográficos para complementar a análise dos resultados. RESULTADOS: A prevalência de iniciação sexual precoce foi maior para homens com cor da pele preta/parda, baixa escolaridade, renda familiar baixa em 1982 e em 2004-5. As exigências para que os papéis sexuais masculinos mais tradicionais (virilidade, iniciativa sexual) mostraram ter maior repercussão e adesão desde cedo no grupo dos homens. Jovens mulheres de família com maior renda e de maior escolaridade tenderam a postergar a iniciação sexual. Os reflexos da imposição de valores culturais tradicionais mostraram-se importantes para a iniciação sexual precoce em homens e mulheres, ambos com menor escolaridade e renda. CONCLUSÕES: Os resultados encontrados recolocam o fator econômico como determinante dos comportamentos ou dos usos da sexualidade para ambos os sexos. Concentrar esforços políticos que incentivem a população menos privilegiada economicamente a ter chances e perspectivas futuras igualitárias é uma estratégia importante para desfechos em saúde.

Publicado

2008-12-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Gonçalves, H., Béhague, D. P., Gigante, D. P., Minten, G. C., Horta, B. L., Victora, C. G., & Barros, F. C. (2008). Determinantes sociais da iniciação sexual precoce na coorte de nascimentos de 1982 a 2004-5, Pelotas, RS . Revista De Saúde Pública, 42(suppl.2), 34-41. https://doi.org/10.1590/S0034-89102008000900006