Determinantes precoces da pressão arterial em adultos da coorte de nascimentos de 1982, Pelotas, RS

Autores

  • Bernardo L Horta Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Denise P Gigante Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Cesar G Victora Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Fernando C Barros Universidade Católica de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Saúde e Comportamento

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102008000900012

Palavras-chave:

Adulto, Hipertensão^i1^sepidemiolo, Efeitos Tardios da Exposição Pré-Natal, Exposição Materna, Fatores Socioeconômicos, Desigualdades em Saúde, Estudos de Coortes, Brasil

Resumo

OBJETIVO: Avaliar os efeitos de exposições ocorridas na gestação ou nos primeiros anos de vida sobre a pressão arterial. MÉTODOS: Estudo de coorte com todas as crianças nascidas em 1982 nas maternidades da cidade de Pelotas, RS. As mães residentes em área urbana foram entrevistadas e as crianças, acompanhadas em diferentes ocasiões. Em 2004-5, buscou-se acompanhar todos os indivíduos da coorte. A pressão arterial foi medida duas vezes, no início e no final da entrevista, com esfigmomanômetro digital de pulso. Foi avaliada a associação entre pressão arterial e as seguintes variáveis: cor da pele; escolaridade materna; renda familiar ao nascer; mudança de renda entre o nascimento e os 23 anos de idade; peso ao nascer e duração da amamentação. A análise de variância foi utilizada para a comparação de médias e os modelos lineares generalizados na análise ajustada. RESULTADOS: Obteve-se a medida da pressão arterial para 4.291 indivíduos, 2.208 do sexo masculino e 2.083 do sexo feminino. A média das medidas da pressão arterial sistólica foi de 117,5±15,0 mmHg e da diastólica, de 73,6±11,5 mmHg. Entre os homens, a pressão arterial sistólica foi maior nos indivíduos de cor da pele preta ou parda e naqueles que nunca foram considerados pobres. A pressão diastólica esteve associada apenas com o peso ao nascer. Entre as mulheres, a pressão arterial sistólica foi maior nas de cor da pele preta ou parda, cuja escolaridade materna era maior ou igual a 12 anos ou com peso ao nascer menor do que 4.000 g. CONCLUSÕES:Para ambos os sexos apenas a cor da pele esteve associada com a pressão arterial. A amamentação não teve efeito em longo prazo sobre a pressão arterial, e para o peso ao nascer e o nível socioeconômico, as associações não foram consistentes.

Publicado

2008-12-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Horta, B. L., Gigante, D. P., Victora, C. G., & Barros, F. C. (2008). Determinantes precoces da pressão arterial em adultos da coorte de nascimentos de 1982, Pelotas, RS . Revista De Saúde Pública, 42(suppl.2), 86-92. https://doi.org/10.1590/S0034-89102008000900012