Efeitos da poluição do ar na função respiratória de escolares, Rio de Janeiro, RJ

Autores

  • Hermano Albuquerque de Castro Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública; Centro de Estudos de Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana
  • Márcia Faria da Cunha Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro; Centro Municipal Necker Pinto
  • Gulnar Azevedo e Silva Mendonça Ministério da Saúde; Instituto Nacional de Câncer; Coordenação de Prevenção e Vigilância
  • Washington Leite Junger Universidade Estadual do Rio de Janeiro; Instituto de Medicina Social
  • Joana Cunha-Cruz University of Washington; Dental Public Health Sciences
  • Antonio Ponce de Leon Universidade Estadual do Rio de Janeiro; Instituto de Medicina Social

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102009000100004

Palavras-chave:

Poluição do Ar^i1^sefeitos adver, Criança, Testes de Função Respiratória, Exposição por Inalação, Doenças Respiratórias^i1^sprevenção & contr

Resumo

OBJETIVO: Analisar a associação entre exposição diária à poluição do ar e função respiratória de escolares. MÉTODOS: Estudo de painel com uma amostra aleatória de 118 escolares (seis a 15 anos de idade) da rede pública do Rio de Janeiro (RJ), residentes até 2 km do local do estudo. Dados sobre características das crianças foram obtidos por questionário, incluindo o International Study of Asthma and Allergies in Childhood. Exames diários de pico de fluxo foram realizados para medir a função respiratória. Dados diários dos níveis de PM10, SO2, O3, NO2 e CO, temperatura e umidade foram fornecidos por um monitor móvel. As medidas repetidas de função respiratória foram associadas aos níveis dos poluentes por meio de modelo multinível ajustado por tendência temporal, temperatura, umidade do ar, exposição domiciliar ao fumo, ser asmático, altura, sexo, peso e idade das crianças. RESULTADOS: O pico de fluxo expiratório médio foi 243,5 l/m (dp=58,9). A menor média do pico de fluxo expiratório foi 124 l/m e a maior 450 l/m. Para o aumento de 10 µg/m³ de PM10 houve uma diminuição de 0,34 l/min na média do pico de fluxo no terceiro dia. Para o aumento de 10 µg/m³ de NO2 houve uma diminuição entre 0,23 l/min a 0,28 l/min na média do pico de fluxo após a exposição. Os efeitos do CO e do SO2 no pico de fluxo dos escolares não foram estatisticamente significativos. O O3 apresentou um resultado protetor: o aumento de 10 µg/m³ de O3 estaria associado, um dia depois da exposição, a aumento de 0,2 l/min na média da função respiratória. CONCLUSÕES: Mesmo dentro de níveis aceitáveis na maior parte do período, a poluição atmosférica, principalmente o PM10 e o NO2, esteve associada à diminuição da função respiratória de crianças residentes no Rio de Janeiro.

Publicado

2009-02-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Castro, H. A. de, Cunha, M. F. da, Mendonça, G. A. e S., Junger, W. L., Cunha-Cruz, J., & Leon, A. P. de. (2009). Efeitos da poluição do ar na função respiratória de escolares, Rio de Janeiro, RJ . Revista De Saúde Pública, 43(1), 26-34. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009000100004