Saúde bucal na estratégia de saúde da família: mudança de práticas ou diversionismo semântico

Autores

  • Antonio Carlos Nascimento Pontifícia Universidade Católica do Paraná; Programa de Pós-Graduação em Odontologia
  • Simone Tetu Moysés Pontifícia Universidade Católica do Paraná; Programa de Pós-Graduação em Odontologia
  • Julio Cesar Bisinelli Pontifícia Universidade Católica do Paraná; Programa de Pós-Graduação em Odontologia
  • Samuel Jorge Moysés Pontifícia Universidade Católica do Paraná; Programa de Pós-Graduação em Odontologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102009005000015

Palavras-chave:

Saúde Bucal, Saúde da Família, Assistência Odontológica Integral, Avaliação de Programas e Projetos de Saúde, Avaliação de Serviços de Saúde, Pesquisa Qualitativa

Resumo

OBJETIVO: Avaliar práticas de saúde bucal coletiva de dois modelos de atenção à saúde familiar. MÉTODOS: Estudo qualitativo realizado por meio de grupos focais constituídos por 58 cirurgiões-dentistas atuantes em programa de saúde da família há pelo menos três anos. Foram adotados os modelos de atenção Método Paidéia em Saúde da Família (Campinas, SP, 34 profissionais) e Estratégia de Saúde da Família (Curitiba, PR, 24 profissionais). O estudo foi realizado entre os meses de agosto e outubro de 2006. O referencial teórico utilizado para análise dos dados foi a hermenêutica-dialética. Foram empregados indicadores analíticos visando a indicar retrocesso, estagnação ou progresso nas práticas de saúde bucal que tiveram efeito a partir da implantação das estratégias em estudo. Os indicadores utilizados foram: processo de trabalho, interdisciplinaridade, territorialização, qualificação dos trabalhadores, promoção da saúde, resolutividade às demandas dos usuários. RESULTADOS: Houve progresso no acesso dos usuários aos serviços, na humanização do cuidado em saúde, no acolhimento das pessoas e no vínculo entre os profissionais e os pacientes. Os resultados relativos às práticas de promoção de saúde, territorialização, abordagem interdisciplinar e qualificação das equipes indicaram a necessidade de avanços técnicos e operacionais nas duas cidades. CONCLUSÕES: Os dois modelos apresentam importantes avanços na qualificação do acesso e na humanização do cuidado em saúde. Não obstante, o direito universal ao acesso à saúde bucal, em todos os níveis de complexidade, mostrou-se deficiente nas duas cidades. Os gestores locais dos serviços de saúde e os coordenadores municipais de saúde bucal, devem atuar com maior intensidade ao definir prioridades em políticas públicas de saúde local.

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Publicado

2009-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Nascimento, A. C., Moysés, S. T., Bisinelli, J. C., & Moysés, S. J. (2009). Saúde bucal na estratégia de saúde da família: mudança de práticas ou diversionismo semântico . Revista De Saúde Pública, 43(3), 455-462. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009005000015