Desigualdade social, crescimento urbano e hanseníase em Manaus: abordagem espacial

Autores

  • Elsia Nascimento Belo Imbiriba Universidade Federal do Amazonas
  • Antônio Levino da Silva Neto Universidade Federal do Amazonas
  • Wayner Vieira de Souza Fundação Instituto Oswaldo Cruz; Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães
  • Valderiza Pedrosa Fundação de Dermatologia Tropical e Venereologia Alfredo da Matta
  • Maria da Graça Cunha Fundação de Dermatologia Tropical e Venereologia Alfredo da Matta
  • Luiza Garnelo Universidade Federal do Amazonas

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102009005000046

Palavras-chave:

Hanseníase^i1^sepidemiolo, Fatores Socioeconômicos, Sistemas de Informação Geográfica^i1^sutiliza, Zonas Urbanas, Urbanização, Estudos Ecológicos

Resumo

OBJETIVO: Analisar a epidemiologia de hanseníase segundo a distribuição espacial e condições de vida da população. MÉTODOS: Estudo ecológico baseado na espacialização da hanseníase em Manaus (AM), entre 1998 e 2004. Os 4.104 casos obtidos do Sistema de Informações de Agravos de Notificação foram georreferenciados de acordo com a localização dos endereços em 1.536 setores censitários urbanos, por meio de quatro técnicas: correios (73,7% dos endereços encontrados); Programa de Cadastro de Logradouros (7,3%); Programa Saúde da Família (2,1%) e folhas de coleta do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (1,5%). Para cálculo do coeficiente de detecção utilizou a população de 2001. Na análise espacial foi aplicado o método bayesiano empírico local para produzir uma estimativa do risco da hanseníase, suavizando o efeito da flutuação das taxas, quando calculadas para pequenas áreas. Para análise da associação entre espacialização e fatores de risco empregou-se a regressão logística, tendo como variáveis explicativas a ocorrência de casos em menores de 15 anos (indicador de gravidade) e o Índice de Carência Social construído a partir das variáveis do Censo 2000. RESULTADOS: O coeficiente de detecção apresentou-se hiperendêmico em 34,0% dos setores e muito alto em 26,7%. A medida de associação (odds ratio) referente às variáveis explicativas foi significativa. A combinação de baixa condição de vida e ocorrência em menores de 15 anos foi adotada para identificar as áreas prioritárias para intervenção. CONCLUSÕES: A análise espacial da hanseníase mostrou que a distribuição da doença é heterogênea, atingindo mais intensamente as regiões habitadas por grupos em situação de maior vulnerabilidade.

Publicado

2009-08-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Imbiriba, E. N. B., Silva Neto, A. L. da, Souza, W. V. de, Pedrosa, V., Cunha, M. da G., & Garnelo, L. (2009). Desigualdade social, crescimento urbano e hanseníase em Manaus: abordagem espacial . Revista De Saúde Pública, 43(4), 656-665. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009005000046