Gravidade dos acidentes de trabalho atendidos em serviços de emergência

Autores

  • Vilma Sousa Santana Universidade Federal da Bahia; Instituto de Saúde Coletiva; Programa Integrado em Saúde Ambiental e do Trabalhador
  • Cibele Xavier Universidade Federal da Bahia; Instituto de Saúde Coletiva; Programa Integrado em Saúde Ambiental e do Trabalhador
  • Maria Claudia Peres Moura UFBA; ISC; Curso de Especialização em Saúde do Trabalhador
  • Rosane Oliveira Universidade Federal da Bahia; Instituto de Saúde Coletiva; Programa Integrado em Saúde Ambiental e do Trabalhador
  • Jônatas Silva Espírito-Santo Universidade Federal da Bahia; Instituto de Saúde Coletiva; Programa Integrado em Saúde Ambiental e do Trabalhador
  • Gustavo Araújo UFBA; ISC; Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Saúde

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102009005000061

Palavras-chave:

Serviços Médicos de Emergência, Tempo de Internação, Estatísticas de Seqüelas e Incapacidade, Saúde do Trabalhador, Acidentes de Trabalho^i1^sprevenção & contr, Gravidade de acidentes, Escalas de gravidade

Resumo

OBJETIVO: Estimar o nível de gravidade de acidentes de trabalho e fatores associados. MÉTODOS: Estudo longitudinal realizado em Salvador, BA, conduzido com todos os 406 casos de acidentes de trabalho atendidos em duas unidades de emergência de hospitais públicos, entre junho e agosto de 2005. Os participantes foram identificados durante a admissão no serviço de emergência e entrevistados mensalmente em suas residências, até o retorno ao trabalho ou finalização do tratamento. A gravidade foi definida com a Abbreviated Injury Scale utilizada para calcular escores do Injury Severity Score. Foram estimadas a letalidade e a mortalidade hospitalar, permanência e internação na unidade de terapia intensiva (UTI). Variáveis descritoras foram sexo, idade, ramo de atividade econômica e ocupação. Empregaram-se proporções, razões de proporções e intervalos de confiança para a inferência estatística e média e teste t de Student para variáveis normais contínuas. RESULTADOS: A maior parte dos 406 casos foi de gravidade leve (39,4%) e moderada (38,7%), seguida pelos de nível sério (17,2%), severo (3,2%) e crítico (1,5%). A letalidade global foi 0,7% e 5,0% entre os que ficaram internados (14,8%), enquanto a média de hospitalização foi 3,2 dias (DP=2,8). Três casos (0,7%) necessitaram UTI (média= 8,4 dias, DP=1,2). A maior parte dos casos graves ocorreu entre os homens e os que tinham mais que 37 anos de idade. Acidentes com trabalhadores de transporte (RP=2,20; IC 90%: 1,06;4,58) e comércio (RP=1,85 IC 90%: 1,14;3,00) foram mais graves do que o do grupo referente. A proporção de acidentes graves foi 54% maior entre os de trajeto em comparação com os típicos. No total foram 325 dias de hospitalização e 34 dias de permanência em UTI. CONCLUSÕES: Foi elevada a gravidade de acidentes de trabalho, especialmente os ocorridos com trabalhadores do ramo de transporte e comércio, repercutindo nos serviços de emergência e ocupação de leitos hospitalares e UTI.

Publicado

2009-10-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Santana, V. S., Xavier, C., Moura, M. C. P., Oliveira, R., Espírito-Santo, J. S., & Araújo, G. (2009). Gravidade dos acidentes de trabalho atendidos em serviços de emergência . Revista De Saúde Pública, 43(5), 750-760. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009005000061