Vetores de malária em duas reservas indígenas da Amazônia Brasileira

Autores

  • Roseli La Corte dos Santos Universidade Federal de Sergipe; Centro de Ciências Biológicas e da Saúde; Departamento de Morfologia
  • Alexandre Padilha Presidência da República; Ministério de Relações Institucionais; Subchefia de Assuntos Federativos
  • Manoel Djalma Pereira Costa Secretaria de Estado da Saúde do Pará; 9ª Regional de Proteção Social; Divisão de Endemias
  • Evaldo Maia Costa Secretaria de Estado da Saúde do Pará; 9ª Regional de Proteção Social; Divisão de Endemias
  • Herberto de Carvalho Dantas-Filho Secretaria de Estado da Saúde do Pará; 9ª Regional de Proteção Social; Divisão de Endemias
  • Marinete Marins Povoa Secretaria de Vigilância em Saúde; Instituto Evandro Chagas; Seção de Parasitologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102009000500016

Palavras-chave:

Anopheles, Insetos Vetores, Ecossistema Amazônico, Malária^i1^sprevenção & contr, População Indígena, Vigilância Epidemiológica, An. darlingi

Resumo

OBJETIVO: Descrever a composição, características ecológicas e comportamentais e infectividade das espécies de anofelinos em reservas indígenas da região Amazônica. MÉTODOS: O estudo foi conduzido no ano de 2002 em aldeias das reservas indígenas Nhamundá-Mapuera e Cuminapanema no estado do Pará. Foram realizadas três coletas de duas semanas em cada reserva, com capturas de adultos e de imaturos. Anofelinos adultos foram capturados com capturador de Castro por atração humana nos ambientes intra e peridomiciliares, no período das 18h às 21h e das 18 às 06h e avaliados para verificação da paridade e infectividade para plasmódios por dissecção e ELISA. As coleções hídricas próximas às aldeias foram pesquisadas utilizando conchas de 500 ml, sendo 20 conchadas a cada 10 m, cobrindo-se a extensão máxima de 200 m de perímetro do criadouro. RESULTADOS: Foram capturadas 8.668 fêmeas somando-se as coletas das duas reservas. Anopheles darlingi foi a espécie predominante, com maior freqüência no peridomicílio. Na reserva Mapuera, a atividade hematofágica concentrou-se entre as 20h e 24h e, em Cuminapanema, manteve-se elevada até as 24h, diminuindo após esse horário e voltando a elevar-se no início da manhã. Das 6.350 fêmeas de An. darlingi examinadas, 18 estavam infectadas por Plasmodium vivax VK 247, VK 210, P. falciparum e P. malariae. Outras 1.450 fêmeas de outras espécies foram examinadas, mas nenhuma foi encontrada infectada. An. nuneztovari e Chagasia bonnae foram as espécies mais freqüentes nos criadouros das aldeias Mapuera e Cuminapanema, respectivamente. Imaturos de An. darlingi não foram localizados em Mapuera e foram capturados em apenas uma das coletas da reserva Cuminapanema. CONCLUSÕES: As populações de An. darlingi das duas reservas apresentaram comportamento exofílico e intensa atividade noturna. A ocorrência de imaturos foi pouco freqüente e a densidade larvária foi baixa. As características comportamentais dos vetores não se mostraram favoráveis às atividades usuais de controle vetorial.

Publicado

2009-10-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Santos, R. L. C. dos, Padilha, A., Costa, M. D. P., Costa, E. M., Dantas-Filho, H. de C., & Povoa, M. M. (2009). Vetores de malária em duas reservas indígenas da Amazônia Brasileira . Revista De Saúde Pública, 43(5), 859-868. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009000500016