Estimativas da cobertura de mamografia segundo inquéritos de saúde no Brasil

Autores

  • Francisco Viacava Fundação Oswaldo Cruz; Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica; Laboratório de Informações em Saúde
  • Paulo Roberto Borges de Souza-Junior Fundação Oswaldo Cruz; Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica; Laboratório de Informações em Saúde
  • Rodrigo da Silva Moreira Fundação Oswaldo Cruz; Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica; Laboratório de Informações em Saúde

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102009000900015

Palavras-chave:

Mamografia^i1^sestatística & dados numéri, Levantamentos Epidemiológicos, Brasil, Entrevista por telefone

Resumo

OBJETIVO: Inquéritos populacionais constituem ferramenta fundamental para monitorar a cobertura de mamografia e os fatores associados à sua realização. Em inquéritos baseados na população residente em domicílios com telefone as estimativas tendem a ser superestimadas. O estudo teve por objetivo estimar a cobertura de mamografia com base em pesquisas de base populacional. MÉTODOS: A partir das coberturas por mamografia em mulheres de 50 a 69 anos, com e sem telefone fixo, observadas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2003, calcularam-se as razões entre elas e o respectivo coeficiente de variação. A razão de cobertura foi multiplicada pela cobertura estimada pelo sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL), permitindo estimar a cobertura entre mulheres sem telefone em 2007. Essas estimativas foram aplicadas à população de mulheres, com e sem telefone, obtidas a partir da PNAD 2006, obtendo-se assim as estimativas finais para as capitais. RESULTADOS: Em 2007, para o conjunto das capitais, estimou-se a cobertura de mamografia em aproximadamente 70%, variando de 41,2% em Porto Velho (RO) a 82,2% em Florianópolis (SC). Em 17 municípios a cobertura foi maior que 60%; em oito, de 50%-60%; e em dois, a cobertura foi inferior a 50%. Em termos absolutos, a diferença entre as coberturas do VIGITEL e as estimadas foi de 6,5% para o conjunto dos municípios, variando de 3,4% em São Paulo (SP) a 24,2% em João Pessoa (PB). CONCLUSÕES: As diferenças nas magnitudes das estimativas da cobertura de mamografia por inquéritos populacionais são em grande parte reflexo dos desenhos dos estudos. No caso específico da mamografia, seria mais apropriado estimar sua cobertura combinando dados do VIGITEL com aqueles de outros inquéritos, que incluam informações sobre mulheres com e sem telefone fixo, especialmente em municípios de baixa cobertura de telefonia fixa.

Publicado

2009-11-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Viacava, F., Souza-Junior, P. R. B. de, & Moreira, R. da S. (2009). Estimativas da cobertura de mamografia segundo inquéritos de saúde no Brasil . Revista De Saúde Pública, 43(suppl.2), 117-125. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009000900015