Inquérito de saúde: comparação dos entrevistados segundo posse de linha telefônica residencial

Autores

  • Neuber José Segri Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia
  • Chester Luiz Galvão Cesar Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia
  • Marilisa Berti de Azevedo Barros Universidade Estadual de Campinas; Faculdade de Ciências Médicas; Departamento de Medicina Preventiva e Social
  • Maria Cecilia Goi Porto Alves Secretaria de Estado da Saúde; Instituto de Saúde
  • Luana Carandina Universidade Estadual Paulista; Faculdade de Medicina de Botucatu; Departamento de Saúde Pública
  • Moisés Goldbaum USP; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102010005000012

Palavras-chave:

Levantamentos Epidemiológicos, Inquéritos de Morbidade, Coleta de Dados, Telefone^i1^sprovi, Telefone^i1^sdistribui, Viés de Seleção, Interpretação Estatística de Dados, Amostragem

Resumo

OBJETIVO: Analisar diferenças quanto a características sociodemográficas e relacionadas à saúde entre indivíduos com e sem linha telefônica residencial. MÉTODOS: Foram analisados os dados do Inquérito de Saúde (ISA-Capital) 2003, um estudo transversal realizado em São Paulo, SP, no mesmo ano. Os moradores que possuíam linha telefônica residencial foram comparados com os que disseram não possuir linha telefônica, segundo as variáveis sociodemográficas, de estilo de vida, estado de saúde e utilização de serviços de saúde. Foram estimados os vícios associados à não-cobertura por parte da população sem telefone, verificando-se sua diminuição após a utilização de ajustes de pós-estratificação. RESULTADOS: Dos 1.878 entrevistados acima de 18 anos, 80,1% possuía linha telefônica residencial. Na comparação entre os grupos, as principais diferenças sociodemográficas entre indivíduos que não possuíam linha residencial foram: menor idade, maior proporção de indivíduos de raça/cor negra e parda, menor proporção de entrevistados casada, maior proporção de desempregados e com menor escolaridade. Os moradores sem linha telefônica residencial realizavam menos exames de saúde, fumavam e bebiam mais. Ainda, esse grupo consumiu menos medicamentos, auto-avaliou-se em piores condições de saúde e usou mais o Sistema Único de Saúde. Ao se excluir da análise a população sem telefone, as estimativas de consultas odontológicas, alcoolismo, consumo de medicamentos e utilização do SUS para realização de Papanicolaou foram as que tiveram maior vício. Após o ajuste de pós-estratificação, houve diminuição do vício das estimativas para as variáveis associadas à posse de linha telefônica residencial. CONCLUSÕES: A exclusão dos moradores sem linha telefônica é uma das principais limitações das pesquisas realizadas por esse meio. No entanto, a utilização de técnicas estatísticas de ajustes de pós-estratificação permite a diminuição dos vícios de não-cobertura.

Publicado

2010-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Segri, N. J., Cesar, C. L. G., Barros, M. B. de A., Alves, M. C. G. P., Carandina, L., & Goldbaum, M. (2010). Inquérito de saúde: comparação dos entrevistados segundo posse de linha telefônica residencial . Revista De Saúde Pública, 44(3), 503-512. https://doi.org/10.1590/S0034-89102010005000012