Preditores socioeconômicos da qualidade da alimentação de crianças

Autores

  • Maria del Carmen Bisi Molina Universidade Federal do Espírito Santo; Departamento de Enfermagem
  • Pilar Monteiro Lopéz Universidad Autónoma de Madrid; Faculdad de Biología; Departamento de Antropología Física
  • Carolina Perim de Faria Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública; Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública
  • Nágela Valadão Cade Universidade Federal do Espírito Santo; Departamento de Enfermagem
  • Eliana Zandonade UFES; Departamento de Estatística

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102010005000036

Palavras-chave:

Nutrição da Criança, Indicadores, Alimentação, Alimentação Escolar, Fatores Socioeconômicos, Estudos Transversais

Resumo

OBJETIVO: Desenvolver índice de qualidade da alimentação e analisar fatores socioeconômicos associados à baixa qualidade da alimentação entre crianças. MÉTODOS: Estudo transversal realizado com amostra representativa de 1.282 crianças de sete a dez anos de idade residentes em Vitória, ES, em 2007. As crianças foram sorteadas em 26 escolas públicas e seis privadas. Dados socioeconômicos e de hábitos de vida das crianças foram obtidos a partir de questionário estruturado enviado ao domicílio e preenchido preferencialmente por suas mães. Um questionário de freqüência alimentar foi construído a partir de estudos realizados com crianças brasileiras e testado em escola pública. Para avaliação da qualidade da alimentação foi desenvolvido um índice, denominado Alimentação do Escolar (Índice Ales), levando em consideração as recomendações nutricionais para a população brasileira e o hábito de realizar o desjejum. A associação entre a qualidade da alimentação e fatores socioeconômicos foi investigada utilizando a regressão logística multinomial. Foram estimados odds ratio ajustados e os intervalos com 95% de confiança para as variáveis que permaneceram no modelo. RESULTADOS: Segundo o Índice Ales, aproximadamente 41% das crianças estudadas possuíam alimentação de baixa qualidade (meninos = 37,7%, meninas = 42,7%, p = 0,179). Não foram encontradas diferenças significativas entre sexo, idade, condição empregatícia materna e morar com a mãe e qualidade da alimentação. As variáveis que permaneceram associadas à baixa qualidade da alimentação foram baixa escolaridade materna (OR = 3,93; IC 95%: 2,58;5,99), ausência do pai no domicílio (OR = 2,03; IC 95%: 1,68;2,99) e não almoçar à mesa (OR = 1,47; IC 95%: 1,12;1,93). CONCLUSÕES: A baixa escolaridade materna aumentou a probabilidade de a criança não consumir uma alimentação de boa qualidade, seja pela falta de acesso a alimentos saudáveis e informações adequadas, seja pela menor capacidade de discernir o que é saudável.

Publicado

2010-10-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Molina, M. del C. B., Lopéz, P. M., Faria, C. P. de, Cade, N. V., & Zandonade, E. (2010). Preditores socioeconômicos da qualidade da alimentação de crianças . Revista De Saúde Pública, 44(5), 785-732. https://doi.org/10.1590/S0034-89102010005000036