Sensibilidade e especificidade no diagnóstico de hipertensão por diferentes métodos

Autores

  • Larissa Rangel Nascimento Secretaria Municipal de Saúde
  • Anna Paula Coelli Secretaria Municipal de Saúde
  • Nágela Valadão Cade Universidade Federal do Espírito Santo; Departamento de Enfermagem
  • José Geraldo Mill UFES; Departamento de Ciências Fisiológicas
  • Maria del Carmen Bisi Molina UFES; Departamento de Nutrição

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102011005000063

Palavras-chave:

Hipertensão, diagnóstico, Técnicas e Procedimentos Diagnósticos, Sensibilidade e Especificidade, Estudos Transversais

Resumo

OBJETIVO: Avaliar a sensibilidade e a especificidade de diferentes protocolos de medida da pressão arterial para o diagnóstico da hipertensão em adultos. MÉTODOS: Estudo transversal com amostra não probabilística de 250 funcionários de ambos os sexos de instituição pública na faixa etária de 35 a 74 anos em Vitória, ES, entre 2008 e 2010. Os participantes tiveram suas pressões arteriais aferidas por três métodos: medida clínica, automedida e medida ambulatorial por 24 horas. Foram coletados dados antropométricos (peso, estatura e circunferências) e realizada entrevista. Os métodos foram confrontados e analisados em relação à medida ambulatorial 24 h (padrão-ouro). Foram calculadas as medidas de desempenho diagnóstico: sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivos e negativos e acurácia. A metodologia de Bland & Altman foi utilizada para verificar a concordância entre a variabilidade pressórica na medida ambulatorial (desvio-padrão relativo ao período diurno) e a variabilidade pressórica na automedida (desvio-padrão das quatro medidas). Adotou-se nível de significância de 5% para todos os testes. RESULTADOS: A automedida apresentou maior sensibilidade (S = 84%; IC95%: 75;93) e acurácia global (0,817; p < 0,001) no diagnóstico da hipertensão que a medida clínica (S = 79%; IC95%: 73;86 e AG = 0,815; p < 0,001). Apesar da forte correlação com o método de medida ambulatorial durante a vigília (r = 0,843; p = 0,000), a automedida não mostrou boa concordância com o referido método para a medida sistólica (viés = 5,82; IC95%: 4,49;7,15). Foram identificados sete (2,8%) indivíduos com hipertensão do avental branco, 26 (10,4%) com hipertensão mascarada e 46 (18,4%) com efeito do avental branco. CONCLUSÕES: Os resultados sugerem que a automedida apresenta sensibilidade superior à medida clínica para identificar verdadeiros hipertensos na população. Os valores de predição negativa encontrados confirmam a superioridade da automedida em relação à medida clínica no que tange à capacidade do teste em apontar os indivíduos verdadeiramente normotensos. Contudo, não pode substituir a medida clínica, que ainda é o método mais fidedigno.

Publicado

2011-10-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Nascimento, L. R., Coelli, A. P., Cade, N. V., Mill, J. G., & Molina, M. del C. B. (2011). Sensibilidade e especificidade no diagnóstico de hipertensão por diferentes métodos . Revista De Saúde Pública, 45(5), 837-844. https://doi.org/10.1590/S0034-89102011005000063