Freqüência e padrão da violência por parceiro íntimo antes, durante e depois da gravidez

Autores

  • Elisabete Pereira Silva Universidade Federal de Pernambuco; Programa de Pós-Graduação Integrado em Saúde Coletiva
  • Ana Bernarda Ludermir UFPE; Centro de Ciências de Saúde; Departamento de Medicina Social
  • Thália Velho Barreto de Araújo UFPE; Centro de Ciências de Saúde; Departamento de Medicina Social
  • Sandra Alves Valongueiro UFPE; Centro de Ciências de Saúde; Departamento de Medicina Social

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102011005000074

Palavras-chave:

Violência contra a Mulher, Gestantes, Período Pós-Parto, Maus-Tratos Conjugais, Estudo de coortes

Resumo

OBJETIVO: Estimar a prevalência e analisar o padrão da violência por parceiro íntimo antes e durante a gestação e no pós-parto. MÉTODOS: Estudo de coorte realizado com 960 mulheres de 18 a 49 anos, cadastradas no Programa Saúde da Família da cidade do Recife, PE, entre 2005 e 2006. As mulheres foram entrevistadas durante a gestação e no puerpério, utilizando-se um questionário adaptado do Estudo Multipaíses sobre a Saúde da Mulher e Violência Doméstica da Organização Mundial da Saúde. Para avaliar o padrão de ocorrência da violência por parceiro íntimo, entre um determinado período e o subseqüente, o odds ratio foi calculado com intervalos de 95% de confiança (IC95%). RESULTADOS: A prevalência de violência por parceiro íntimo antes, durante e/ou depois da gestação foi estimada em 47,4% e, para cada período isolado, em 32,4%, 31,0% e 22,6%, respectivamente. As mulheres que relataram violência antes da gravidez tiveram chance 11,6 vezes maior (IC95%: 8,3;16,2) de relatar violência durante a gravidez. Quando as mulheres relataram violência durante a gravidez, a chance de relatos no pós-parto foi 8,2 vezes maior (IC95%: 5,1;11,7). A violência psicológica foi a de maior prevalência, principalmente durante a gestação (28,8%; IC95%: 26,0%;31,7%); a sexual, a menos prevalente, especialmente no pós-parto (3,7%; IC95%: 2,6%;5,0%); e a física diminuiu quase 50% durante a gestação em comparação com o período anterior. CONCLUSÕES: Parcela significativa das mulheres em idade reprodutiva vivencia situações de violência por parceiro íntimo. Os períodos de consultas de pré-natal e de puericultura são oportunidades para que o profissional de saúde possa identificar situações de violência.

Publicado

2011-12-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Silva, E. P., Ludermir, A. B., Araújo, T. V. B. de, & Valongueiro, S. A. (2011). Freqüência e padrão da violência por parceiro íntimo antes, durante e depois da gravidez . Revista De Saúde Pública, 45(6), 1044-1053. https://doi.org/10.1590/S0034-89102011005000074