Avaliação da conduta conservadora na lesão intraepitelial cervical de alto grau

Autores

  • Nelson Shozo Uchimura Universidade Estadual de Maringá; Centro de Ciências da Saúde; Departamento de Medicina
  • Taqueco Teruya Uchimura Universidade Estadual de Maringá; Centro de Ciências da Saúde; Departamento de Medicina
  • João Paulo de Oliveira Branco Martins Universidade Estadual de Maringá; Centro de Ciências da Saúde; Departamento de Medicina
  • Fernando Assakawa Universidade Estadual de Maringá; Centro de Ciências da Saúde; Departamento de Medicina
  • Liza Yurie Teruya Uchimura Pontifícia Universidade Católica do Paraná; Centro de Ciências Biológicas e da Saúde; Programa de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102012005000024

Palavras-chave:

Colo do Útero^i1^sanatomia & histolo, Neoplasias do Colo do Útero^i1^stera, Neoplasia Intraepitelial Cervical^i1^stera, Conização, Eletrocoagulação, Estudos Transversais

Resumo

OBJETIVO: Analisar a associação entre a conduta conservadora em lesão intraepitelial cervical de alto grau com o índice de recidiva da neoplasia e faixa etária. MÉTODOS: Estudo transversal e retrospectivo realizado com 509 mulheres (15-76 anos) atendidas no período de 1996 a 2006, com colpocitologia oncótica alterada, em um serviço público de referência em Maringá, PR. Os dados foram coletados dos prontuários médicos e estudadas as variáveis diagnóstico definitivo, tipos de tratamento, ocorrência da lesão e recidivas, analisados por meio de testes de associação de qui-quadrado de Pearson e teste exato de Fisher. RESULTADOS: A lesão intraepitelial cervical de alto grau ocorreu em 168 casos; destes, 31 mulheres foram submetidas à amputação cônica, 104 a cirurgias de alta frequência, nove histerectomizadas e 24 receberam conduta conservadora. Dentre as mulheres com lesão de alto grau e tratadas de forma conservadora, oito (33,3%) recidivaram, enquanto dentre as submetidas à conduta não conservadora dez (6,9%) recidivaram, sendo essa diferença estatisticamente significante (p = 0,0009), RP = 4,8 (IC95% 2,11;10,93). Para aquelas que fizeram o seguimento clínico-citológico, três (30,0%) e, dentre as cauterizadas, cinco (35,7%) recidivaram no prazo de três anos, sem diferença significante (p = 0,5611). A recidiva abaixo e acima de 30 anos ocorreu, respectivamente, em sete (13,8%) e 11 (12,2%) mulheres (p = 0,9955). CONCLUSÕES: A idade da mulher não influencia o prognóstico de recidiva. O tratamento conservador deve ser indicado como conduta de exceção, dada a alta taxa de recidiva, e o seguimento deve ser rigoroso, com acompanhamento citológico e colposcópico de até três anos, período em que ocorre a maioria das recidivas.

Publicado

2012-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Uchimura, N. S., Uchimura, T. T., Martins, J. P. de O. B., Assakawa, F., & Uchimura, L. Y. T. (2012). Avaliação da conduta conservadora na lesão intraepitelial cervical de alto grau . Revista De Saúde Pública, 46(3), 466-471. https://doi.org/10.1590/S0034-89102012005000024