Incidência da sífilis congênita no Brasil e sua relação com a Estratégia Saúde da Família

Autores

  • Cinthia Lociks de Araújo Ministério da Saúde; Secretaria de Atenção à Saúde; Departamento de Atenção Básica
  • Helena Eri Shimizu Universidade de Brasília; Faculdade de Ciências da Saúde; Departamento de Saúde Coletiva
  • Artur Iuri Alves de Sousa Ministério da Saúde; Secretaria de Vigilância em Saúde; Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais
  • Edgar Merchán Hamann Universidade de Brasília; Faculdade de Ciências da Saúde; Departamento de Saúde Coletiva

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102012000300010

Palavras-chave:

Sífilis Congênita, epidemiologia, Cuidado Pré-Natal, Programa Saúde da Família, Fatores Socioeconômicos, Desigualdades em Saúde, Estudos Ecológicos

Resumo

OBJETIVO: Estimar a incidência da sífilis congênita e identificar sua relação com a cobertura da Estratégia Saúde da Família. MÉTODOS: Estudo ecológico observacional, com componentes descritivos e analíticos, desenvolvido por meio de duas abordagens: em série temporal (2003 a 2008) e focalizando dados de 2008. Os dados secundários utilizados (epidemiológicos, demográficos e socioeconômicos) foram obtidos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A análise de possíveis efeitos da implantação dessa Estratégia sobre a prevenção da sífilis congênita foi realizada em subgrupos selecionados de municípios, por meio de duas abordagens: a) variação média anual da taxa de incidência de sífilis congênita em diferentes estratos de cobertura da Estratégia, durante o período de 2003 a 2008, com cálculo do coeficiente de regressão linear simples; e b) análise de regressão binomial negativa, com dados de 2008, para controle de alguns fatores de confundimento. RESULTADOS: Há tendência de aumento das notificações de sífilis congênita no Brasil, com desigualdades sociais na distribuição dos casos. Observa-se uma associação negativa entre a incidência de sífilis congênita em municípios com altas coberturas da Saúde da Família; mas, após controle de covariáveis, esse efeito pode ser atribuível à cobertura de pré-natal e a características demográficas dos municípios nos quais essa Estratégia foi prioritariamente implantada. CONCLUSÕES: Apesar do aumento das coberturas de pré-natal, ainda se observa uma baixa efetividade dessas ações para a prevenção da sífilis congênita. Não foi identificada uma associação melhor entre o pré-natal realizado pelas equipes da Estratégia Saúde da Família e o controle da sífilis congênita do que aquela associação observada nas situações em que o pré-natal é realizado por outros modelos de atenção.

Publicado

2012-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Araújo, C. L. de, Shimizu, H. E., Sousa, A. I. A. de, & Hamann, E. M. (2012). Incidência da sífilis congênita no Brasil e sua relação com a Estratégia Saúde da Família . Revista De Saúde Pública, 46(3), 479-486. https://doi.org/10.1590/S0034-89102012000300010