Qualidade da certificação médica da causa de morte em São Paulo, Brasil

Autores

  • Luiz Augusto Marcondes Fonseca Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia
  • Ruy Laurenti Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89101974000100003

Palavras-chave:

Atestados de óbito^i1^sSão Paulo, Bra, Estatística vital, Mortalidade

Resumo

Foi feita análise dos atestados de óbito, do preenchimento dos seus itens e da declaração da causa básica da morte. Foi estudada uma amostra de óbitos ocorridos em hospitais e pronto socorros no período de 1.º de março de 1971 a 29 de fevereiro de 1972. Foram colhidas informações adicionais, para cada caso, a partir dos prontuários médicos, o que permitiu conhecer a verdadeira causa básica da morte e comparar com o que foi declarado no atestado. Verificou-se que somente 4,0% dos atestados apresentaram informações sobre o intervalo de tempo entre o início da doença e a morte e sobre o exame complementar que confirmou o diagnóstico, sendo que 65,5% não apresentaram ambas as informações. O item mais negligenciado foi o referente ao intervalo de tempo, pois em 93,5% dos atestados este item não se encontrava preenchido; 68,0% dos atestados não tinha preenchido o item sobre exame complementar que confirmou o diagnóstico. Quanto a declaração da verdadeira causa básica foi verificado que 31,4% dos atestados não a apresentavam registrada e 6,5%, ainda que a tivessem registrada, não era selecionada como a causa primária da morte para finalidades de estatística de mortalidade. Conclui-se que não é boa a qualidade dos atestados de óbitos na cidade de São Paulo, e comparando os resultados com os de estudo semelhante feito em 1962/1963, verifica-se que não houve melhora na certificação médica da causa de morte nos últimos 10 anos.

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Publicado

1974-03-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Fonseca, L. A. M., & Laurenti, R. (1974). Qualidade da certificação médica da causa de morte em São Paulo, Brasil . Revista De Saúde Pública, 8(1), 21-29. https://doi.org/10.1590/S0034-89101974000100003