Tuberculose em crianças indígenas da Amazônia brasileira

Autores

  • Caroline Gava Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca; Programa de Epidemiologia em Saúde Pública
  • Jocieli Malacarne Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca; Programa de Epidemiologia em Saúde Pública
  • Diana Patrícia Giraldo Rios Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca; Programa de Epidemiologia em Saúde Pública
  • Clemax Couto Sant'Anna Universidade Federal do Rio de Janeiro; Faculdade de Medicina; Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira
  • Luiz Antônio Bastos Camacho Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca
  • Paulo Cesar Basta Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca

DOI:

https://doi.org/10.1590/rsp.v47i1.76584

Resumo

OBJETIVO: Avaliar os aspectos epidemiológicos da tuberculose em crianças indígenas brasileiras e as ações para seu controle. MÉTODOS: Estudo epidemiológico com 356 crianças de 0 a 14 anos de idade, em Rondônia, Amazônia, Brasil, de 1997 a 2006. Os casos, registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, foram classificados em indígenas e não indígenas, e analisados segundo sexo, faixa etária, local de residência, forma clínica, exames diagnósticos e resultado do tratamento. Foi realizada análise descritiva dos casos e teste de hipótese (χ²) para verificar se houve diferenças nas proporções de adoecimento entre os grupos investigados. RESULTADOS: Foram identificados 356 casos de tuberculose (125 indígenas e 231 não indígenas), dos quais 51,4% em meninos. Nos indígenas, 60,8% dos casos foram notificados em < 5 anos. A incidência média foi maior entre os indígenas: 1.047,9 casos/100.000 habitantes < 5 anos, no ano de 2001. A forma pulmonar foi registrada em mais de 80,0% dos casos e a cura ultrapassou 70,0% em ambos os grupos. Cultura e exame histopatológico foram utilizados em apenas 10,0% dos pacientes. Houve três casos de coinfecção com HIV em não indígenas e nenhum em indígenas. A detecção dos casos foi classificada como insuficiente e/ou regular em mais de 80,0% das notificações em indígenas, mostrando que a maioria dos diagnósticos foi baseada na radiografia de tórax. CONCLUSÕES: A abordagem empregada mostrou-se útil para ilustrar desigualdades em saúde entre indígenas e não indígenas, demonstrando-se superior às análises convencionais realizadas nos serviços de vigilância. Fica evidente a necessidade de um aprimoramento da investigação diagnóstica entre as crianças indígenas.

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Publicado

2013-02-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Gava, C., Malacarne, J., Rios, D. P. G., Sant'Anna, C. C., Camacho, L. A. B., & Basta, P. C. (2013). Tuberculose em crianças indígenas da Amazônia brasileira. Revista De Saúde Pública, 47(1), 77-85. https://doi.org/10.1590/rsp.v47i1.76584