Baixa prevalencia de hipertensao com tratamento farmacologico e fatores associados

Autores

  • Helena Gama Universidade do Porto; Instituto de Saude Publica
  • Albertino Damasceno Universidade Eduardo Mondlane; Faculdade de Medicina
  • Carla Silva-Matos Ministerio da Saude de Mocambique; Departamento de Doencas Nao Transmissiveis
  • Domingos Diogo Universidade Eduardo Mondlane; Faculdade de Medicina
  • Ana Azevedo Universidade do Porto; Instituto de Saude Publica
  • Nuno Lunet Universidade do Porto; Instituto de Saude Publica

DOI:

https://doi.org/10.1590/rsp.v47i2.76633

Resumo

OBJETIVO: Analisar os determinantes da falta de tratamento farmacológico da hipertensão. MÉTODOS: Foram avaliados 3.323 moçambicanos de 25 a 64 anos em 2005. A pressão arterial, peso, altura e tabagismo foram avaliados segundo o estudo Stepwise Approach to Chronic Disease Risk Factor Surveillance . Os hipertensos (pressão arterial sistólica ≥ 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica ≥ 90 mmHg e/ou terapia anti-hipertensiva) foram avaliados para verificar se eram conscientes de sua hipertensão, se recebiam tratamento farmacológico ou não farmacológico e se usavam ervas ou remédios tradicionais. Foram calculadas as razões de prevalência (PR) para hipertensão não tratada, ajustadas para características sociodemográficas, fatores de risco cardiovascular e tratamento não farmacológico. RESULTADOS: A maioria dos hipertensos (92,3%) e quase metade dos conscientes de sua hipertensão não eram tratados com fármacos. Entre os que sabiam ser hipertensos, a hipertensão sem tratamento era mais frequente em homens (PR = 1,61; IC95% 0,56;1,43) e não podia ser explicada pelo uso de tratamento não farmacológico (PR = 0,58; IC95% 0,42;0,79); não havia associação significativa com os tratamentos tradicionais (PR = 0,75; IC95% 0,44;1,26). CONCLUSÕES: A falta de tratamento farmacológico da hipertensão, mais frequente em homens, não se explica por outros fatores de risco cardiovascular, nem pelo uso de tratamentos tradicionais ou tratamento não farmacológico. É importante entender as razões da falta de tratamento da hipertensão diagnosticada e implementar medidas corretivas apropriadas, para reduzir as diferenças no acesso a cuidados de saúde entre as populações dos países desenvolvidos e emergentes.

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Publicado

2013-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Gama, H., Damasceno, A., Silva-Matos, C., Diogo, D., Azevedo, A., & Lunet, N. (2013). Baixa prevalencia de hipertensao com tratamento farmacologico e fatores associados. Revista De Saúde Pública, 47(2), 301-308. https://doi.org/10.1590/rsp.v47i2.76633