Satisfacao dos profissionais e da comunidade com a estrategia da saude da familia

Autores

  • Lilian G Perez Emory University; Rollins School of Public Health; Hubert Department of Global Health
  • Juliet D Sheridan Emory University; Rollins School of Public Health; Hubert Department of Global Health
  • Andrea Y Nicholls Emory University; Rollins School of Public Health; Hubert Department of Global Health
  • Katherine E Mues Emory University; Rollins School of Public Health; Department of Epidemiology
  • Priscila S Saleme Faculdade da Saude e Ecologia Humana
  • Joana C Resende Faculdade da Saude e Ecologia Humana
  • Jose A G Ferreira Faculdade da Saude e Ecologia Humana
  • Juan S Leon Emory University; Rollins School of Public Health; Hubert Department of Global Health

DOI:

https://doi.org/10.1590/rsp.v47i2.76644

Resumo

OBJETIVO: Analisar as limitações e os pontos positivos da Estratégia de Saúde da Família na perspectiva dos profissionais da saúde e da comunidade. MÉTODOS: Estudo realizado entre os meses de junho e agosto de 2009, na cidade de Vespasiano, MG, localizada na região Sudeste do Brasil. Para avaliar a Estratégia de Saúde da Família (ESF), foi aplicado questionário em 77 profissionais da saúde e 293 cuidadores de crianças menores de cinco anos. Variáveis como o treinamento das equipes de saúde, acesso da comunidade aos serviços prestados pelas equipes de ESF, comunicação com os pacientes, a atenção prestada à criança e as informações de saúde passadas aos cuidadores foram alguns dos pontos de interesse da investigação. Análises de regressão logística foram utilizadas para se avaliar a significância estatística das variáveis estudadas, bem como os valores de odds ratio e intervalo de confiança. RESULTADOS: A maioria dos profissionais relatou que seus treinamentos foram insuficientes em quantidade, conteúdo e metodologia utilizada. Os cuidadores e profissionais identificaram semelhantes limitações da Estratégia de Saúde da Família (os serviços inacessíveis à comunidade, falta de treinamento e número insuficiente de profissionais) e também pontos fortes semelhantes (a comunicação entre agentes comunitários e comunidade, fornecimento de informações educacionais e foco na atenção à criança). Como recomendações para a melhoria do programa foram apontados: a necessidade de mais médicos e especialistas, treinamentos em maior quantidade e qualidade e melhoria na marcação de consultas. A satisfação dos cuidadores foi relacionada aos benefícios ofertados, como as visitas dos profissionais às casas (OR 5,8; IC95% 2,8;12,1), boa relação entre comunidade e profissionais (OR 4,8; IC95% 2,5;9,3) e foco na saúde da família (OR 4,1; IC95% 1,6;10,2). Problemas como número insuficiente de profissionais (OR 0,3; IC95% 0,2;0,6), dificuldade de acesso aos serviços prestados pela ESF (OR 0,2; IC95% 0,1;0,4) e qualidade ruim dos serviços ofertados (OR 0,3; IC95% 0,1;0,6) foram relacionados à insatisfação da comunidade com a ESF. De uma maneira geral, a maioria dos cuidadores (62%) mostraram estar satisfeitos com os serviços prestados pela ESF. CONCLUSÕES: Identificar as limitações e os pontos positivos da ESF pode gerar uma valiosa informação, que auxiliará na melhoria dessa estratégia para a atenção primária no Brasil.

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Publicado

2013-06-01

Edição

Seção

Prática de Saúde Pública

Como Citar

Perez, L. G., Sheridan, J. D., Nicholls, A. Y., Mues, K. E., Saleme, P. S., Resende, J. C., Ferreira, J. A. G., & Leon, J. S. (2013). Satisfacao dos profissionais e da comunidade com a estrategia da saude da familia. Revista De Saúde Pública, 47(2), 403-413. https://doi.org/10.1590/rsp.v47i2.76644