Rastreamento de sintomas depressivos em idosos na Estratégia Saúde da Família, Porto Alegre

Autores

  • Eduardo Lopes Nogueira Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; Departamento de Psiquiatria
  • Leonardo Librelotto Rubin Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
  • Sara de Souza Giacobbo Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; Instituto de Geriatria e Gerontologia
  • Irenio Gomes Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; Departamento de Neurologia
  • Alfredo Cataldo Neto Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; Departamento de Psiquiatria

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048004660

Resumo

OBJETIVO Analisar a prevalência de depressão em idosos e os fatores associados. MÉTODOS Delineamento transversal com amostra aleatória estratificada de 621 indivíduos ≥ 60 anos provenientes de 27 equipes de saúde da família de Porto Alegre, RS, Brasil, no período entre 2010 e 2012. A depressão foi mensurada por agentes comunitários de saúde utilizando a Escala de Depressão Geriátrica de 15 itens. Escores ≥ 6 foram considerados depressão e entre 11 e 15, depressão severa. A regressão de Poisson foi o método de análise robusta utilizado para busca de associações independentes de variáveis sociodemográficas e autopercepção de saúde com a depressão e sua severidade. RESULTADOS A prevalência de depressão foi de 30,6%, significativamente maior em mulheres (35,9% mulheres versus 20,9% homens; p < 0,001). As seguintes variáveis apresentaram associações independentes com depressão: sexo feminino (RP = 1,4; IC95% 1,1;1,8); baixa escolaridade, sobretudo analfabetismo (RP = 1.8; IC95% 1,2;2,6); e autopercepção de saúde regular (RP = 2,2; IC95% 1,6;3,0) e ruim/péssima (RP = 4,0; IC95% 2,9;5,5). Houve aumento da força de associação desses fatores na depressão severa, exceto para escolaridade. CONCLUSÕES Alta prevalência de depressão foi observada na avaliação realizada por agentes comunitários de saúde, profissionais sem alta especialização. Esse modelo de aplicação da Escala de Depressão Geriátrica de 15 itens identificou achados similares aos encontrados na literatura, em que a depressão associou-se à baixa escolaridade, ao sexo feminino e à pior autopercepção de saúde. Do ponto de vista estratégico no âmbito da atenção básica, os achados são ainda mais relevantes, pois apontam que agentes comunitários de saúde podem ter um papel importante na detecção da depressão em idosos.

Publicado

2014-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Nogueira, E. L., Rubin, L. L., Giacobbo, S. de S., Gomes, I., & Cataldo Neto, A. (2014). Rastreamento de sintomas depressivos em idosos na Estratégia Saúde da Família, Porto Alegre . Revista De Saúde Pública, 48(3), 368-377. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048004660