Os sentidos atribuídos à deficiência pelos profissionais de saúde e o acesso das pessoas com deficiência aos serviços de saúde

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v32i1-3pe205240

Palavras-chave:

Deficiência, Pessoa com deficiência, Sentidos da deficiência, Acesso aos serviços de saúde, Modelo biomédico da deficiência, Modelo social da deficiência

Resumo

Objetivo: O estudo analisa como os profissionais da rede pública de saúde de doze municípios do Estado de São Paulo, Brasil - atribuem sentidos à “deficiência”. Método: Foram realizadas 121 entrevistas semi-estruturadas, em 63 serviços. Os profissionais responderam a pergunta: Para você o que é deficiência/incapacidade? Os depoimentos foram organizados em núcleos temáticos e interpretados sob a perspectiva sócio histórica. Resultados: Constatou-se que predomina uma compreensão preconceituosa, assistencialista e paternalista sobre a deficiência. Observou-se nos depoimentos uma hesitação entre os sentidos atribuídos à deficiência e incapacidade, com abordagens reducionistas pautadas em paradigmas organicistas e/ou calcadas no senso comum. Não houve depoimentos que explicitassem conceitos de deficiência na perspectiva do modelo social de deficiência. Conclusão: É essencial que os serviços de saúde promovam espaços de reflexão entre profissionais sobre seus valores e sentidos que atribuem à deficiência e à prática assistencial, o que pode contribuir para a transformação cultural dos sentidos atribuídos ao fenômeno da deficiência e para o acesso aos bens de saúde.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Eucenir Fredini Rocha, Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional

    Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, São Paulo, SP. Terapeuta ocupacional. 

  • Maria do Carmo Castiglioni, Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional

    Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, São Paulo, SP. Terapeuta ocupacional. 

  • Maria Elizabeth Sartorelli, Sem registro de afiliação

    Assistente Social, especialista em Administração de Serviços de Saúde pela Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, SP. 

  • Maria Elisabete Lopes, Prefeitura do Município de São Paulo

    Prefeitura do Município de São Paulo. Arquiteta, doutora em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo. 

  • Fatima Corrêa Oliver, Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional

    Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, São Paulo, SP. Terapeuta ocupacional. 

Referências

São Paulo (Estado). Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo. Relatório mundial sobre deficiência. São Paulo: Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, Organização Mundial da Saúde, Banco Mundial; 2012.

Pan American Health Organization (PAHO). Development and strengthening local health services in the transformation of national health systems: the rehabilitation services. Washington, D.C: PAHO; 1993.

DeJong G, Palsbo SE, Beatty PW, Jones GC, Kroll T, Neri MT. The organization and financing of health services for persons with disabilities. Milkbank Q. 2002;80(2):261-301. doi: 10.1111/1468-0009.t01-1-00004

Lutz BJ, Bowers BJ. Disability in everyday life. Qual Health Res. 2005;15:1037-1054. doi: 10.1177/1049732305278631

Chermak G. A global perspective on disability: A review of efforts to increase access and advance social integration for disabled persons. Int Disabil Stud. 1990;12(3):123-127. doi: 10.3109/03790799009166266 .

Elrod C, DeJong G. Determinants of utilization of physical rehabilitation services for persons with chronic and disabling conditions: an exploratory study. Arch Phys Med Rehabil. 2008;89(1):114-120. doi: 10.1016/j.apmr.2007.08.122

Kemp L. Why are some people’s needs unmet? Disabil Soc. 2002;17(2):205-18. doi: 10.1080/09687590120122341

Rocha EF. Reabilitação de pessoas com deficiência: a intervenção em discussão. São Paulo: Roca; 2006.

Silverstein R. Anatomy of change: the need for effective disability policy change agents. Arch Phys Med Rehabil. 201;91. doi: 10.1016/j.apmr.2009.11.002

Gulley SP, Altman BM. Disability in two health care sistems: access, quality, satisfaction, and physician contacts among working-age canadians and americans with disabilities. Eur J Cardiovasc Prev Rehabil. 2008;1(4):181-244. doi: 10.1016/j.dhjo.2008.07.006

Jumisko E, Lexell J, Söderberg S. Living with moderate or severe traumatic brain injury: the meaning of family members’ experiences. J Fam Nursing. 2007;13:353-36. doi: 10.1177/1074840707303842

Simpson G, Mohr R, Redman A. Cultural variations in the understanding of traumatic brain injury and brain injury rehabilitation. Brain Inj. 2000;14(2):125-140. doi: 10.1080/026990500120790

Minayo MCS, editor. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Rio de Janeiro: Vozes; 2007.

Amaral LA. Pensando a diferença/deficiência. Brasília: CORDE - Coordenação nacional para a integração de pessoas portadoras de deficiência; 1994.

Watermeyer B, Swartz L. Conceptualizing the psycho-emotional aspects of disability and impairment: the distortion of personal and psychic boundaries. Disabil Soc. 2008;23:599-610. doi: 10.1080/09687590802328477

Masala C, Petretto DR. From disablement to enablement: conceptual models of disability in the twentieth century. Disabil Rehabil. 2008;30(17):1233-1244. doi: 10.1080/09638280701602418

Bowers BJ, Lutz BJ. Understanding how disability is defined and conceptualized in the literature. In: Dell Orto AE, Power PW, editors. The psicological and social impact of illness and disability. 5th ed. USA: Library of Congress Cataloging-In-Publication Data; 2007.

Michailakis D. The systems theory concept of disability: one is not born a disabled person, one is observed to be one. Disabil Soc. 2003;18(2):209-229. doi: 10.1080/0968759032000044184

Diniz D. O que é deficiência. São Paulo: Brasiliense; 2007.

Organização Mundial da Saúde. Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde para a Família de Classificações Internacionais. CIF: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. São Paulo: EDUSP; 2003.

São Paulo. Base de Dados Pessoas com Deficiências IBGE Censo 2010. Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência – São Paulo. São Paulo; 2010 [citado em 20 jul. 2022] Disponível em https://basededadosdeficiencia.sp.gov.br/dadoscenso2010.php

Brasil. Ministério da Saúde. Coordenação de Atenção a Grupos Especiais Programa de Atenção à Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência. Atenção à pessoa portadora de deficiência no Sistema Único de Saúde: planejamento e organização dos serviços. Brasília: Secretaria de Assistência à Saúde; 1993.

São Paulo, Direção Regional de Saúde de São José dos Campos, Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo DIR XXI. Política Regional de Atenção à Saúde e Reabilitação da Pessoa com Deficiência. São José dos Campos; 2004. (mimeo)

Rocha EF, Oliver FC, Castiglioni MC, Lopes ME, Sartorelli ME. Construindo a universalização da atenção em saúde: estudo sobre acesso e acessibilidade dos serviços de saúde para as pessoas com deficiências na Direção Regional de Saúde XXI – São José dos Campos da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Relatório, Processo CNPq no.409789/2006-2. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2010. (Mimeo)

Vygotski LS. Mind in society: the development of higher psychological processes. USA: Harvard University Press; 1978.

Downloads

Publicado

2022-12-29

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

Rocha, E. F. ., Castiglioni, M. do C. ., Sartorelli, M. E. ., Lopes, M. E. ., & Oliver, F. C. . (2022). Os sentidos atribuídos à deficiência pelos profissionais de saúde e o acesso das pessoas com deficiência aos serviços de saúde. Revista De Terapia Ocupacional Da Universidade De São Paulo, 32(1-3), e205240. https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v32i1-3pe205240