Práticas político-performáticas feministas na Terapia Ocupacional: expressões de resistência diante da violência contra mulheres
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v35i1-3e232839Palavras-chave:
Terapia Ocupacional, Violência contra a mulher, Participação Social, Feminismo, PolíticaResumo
A Terapia Ocupacional tem demonstrado uma notável capacidade plástica, no contexto das transformações contemporâneas, ao dialogar com as artes na abordagem de problemáticas sociais complexas, especialmente ao compreender o corpo como território político e meio expressivo de denúncia e transformação coletiva. Este artigo apresenta um recorte de uma pesquisa de mestrado qualitativa, centrada na análise de práticas político-performáticas desenvolvidas por terapeutas ocupacionais do Brasil e do Chile em contextos de enfrentamento à violência contra mulheres. A partir da realização de entrevistas abertas e do material audiovisual, a análise organizou-se em três grupos de participantes. O artigo tem como objetivo apresentar os resultados gerais da pesquisa e aprofundar na análise do Grupo 2, visando descrever e discutir práticas político-performáticas articuladas a reflexões feministas e da Terapia Ocupacional, destacando seus sentidos no processo criativo, na atuação profissional e no engajamento político das participantes. As categorias temáticas de violência e resistência atravessam os relatos, manifestando-se corporalmente como gesto de denúncia coletiva e elaboração simbólica do sofrimento. Estas práticas mostraram-se ferramentas potentes para a Terapia Ocupacional, por promoverem a ressignificação de experiências de violência, a construção de redes de cuidado e o fortalecimento de ações sociopolíticas sensíveis às desigualdades e violações de direitos humanos
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