Autor e vítima: a vulnerabilidade social de jovens que cometeram atos infracionais em Belo Horizonte
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v26i2p258-266Palavras-chave:
Adolescente, Delinquência juvenil, Vulnerabilidade social, Territorialidade.Resumo
A rápida estruturação de espaços urbanos e a falta de planejamento para provimento de bens de serviços básicos vêm somar-se às precariedades diversas, criando ambientes propícios para a estruturação de atividades criminosas. Em Belo Horizonte, o Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional contabilizou, em 2010, 9.864 entradas de adolescentes infratores. O suporte e assistência oferecidos no território são fundamentais para compreender o acesso que possuem os indivíduos que nele residem. O Índice de Qualidade de Vida Urbana (IQVU) analisa esta questão. O objetivo do estudo foi identificar o grau de cobertura de bens e serviços urbanos das regiões de Belo Horizonte onde residem os adolescentes que deram entrada no CIA-BH e, posteriormente, correlacioná-lo ao perfil socioeconômico desses jovens. Trata-se de um estudo descritivo baseado em dados secundários, oriundos do IQVU, de 1994 a 2006, somado a dados oficiais sobre o perfil socioeconômico de adolescentes que cometeram atos infracionais, em Belo Horizonte, no período de janeiro a dezembro de 2010. Os resultados permitem inferir que a maior parte do público estudado está inserida em locais de baixo acesso a insumos básicos e se encontra em condição de vulnerabilidade social. A falta de aparatos sociais pode não explicar ou ter correlação direta com a delinquência juvenil, mas aumenta as oportunidades de envolvimento com a vida do crime.