Do individual ao coletivo: perfil ocupacional de usuários de um Centro de Atenção Psicossocial
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v26i1p58-65Palavras-chave:
Saúde mental, Terapia ocupacional, Marginalização social, Apoio social, Ocupações.Resumo
As ocupações realizadas pelas pessoas com transtorno mental podem nos informar não apenas sobre a vida cotidiana dos sujeitos, mas também sobre como a sociedade tem lidado com o transtorno mental. Assim, o objetivo do presente artigo é conhecer as ocupações das pessoas com transtornos mentais em relação à singularidade do sujeito, a sua rede social e na sua relação com o contexto social. A metodologia de pesquisa qualitativa foi escolhida para a realização da pesquisa em que foram entrevistados usuários de um Centro de Atenção Psicossocial II, da cidade de São Paulo, e pessoas de sua rede social. As entrevistas semiestruturadas foram utilizadas como um meio de investigação, e para a análise de dados foi utilizada a Análise de Discurso. Verificou-se que as ocupações são centrais para a construção da identidade dos sujeitos e que no processo de engajamento em ocupações os usuários também constroem redes sociais. Também se observou que as pessoas com transtornos mentais podem ter sua vida cotidiana profundamente e negativamente influenciada por um contexto social desfavorável, que não oferece suporte ou condições para que o sujeito se envolva em ocupações significativas. Assim, as ocupações constituem e constroem a trama que tece processos de inclusão e exclusão social desta população.